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Fed está preparada para ajudar a estabilizar o mercado se necessário
A garantia foi deixada pela presidente do banco regional da Fed de Boston, Susan Collins, ao Financial Times. Contudo, a responsável salienta que "os mercados continuam a funcionar bem" e não se verificam "receios sobre a liquidez em geral". Corte de taxas não é opção principal.
Caso as condições se agravem, a Reserva Federal (Fed) está "absolutamente preparada" para utilizar os seus poderes e estabilizar os mercados financeiros, referiu uma das principais responsáveis do banco central em entrevista ao Financial Times esta sexta-feira.
No entanto, a presidente do banco regional da Fed de Boston, Susan Collins, salienta que "os mercados continuam a funcionar bem" e não se verificam "receios sobre a liquidez em geral".
As palavras da responsável surgem num momento que os ativos norte-americanos, como o dólar, as ações e as obrigações, estão sob pressão vendedora, com os investidores a manifestarem falta de confiança nos planos agressivos de tarifas da administração Trump.
As preocupações aumentaram quando a queda acentuada das ações em Wall Street começou a a contagiar o mercado de Treasuries – as obrigações soberanas norte-americanas –, que estão no centro do sistema financeiro global, com um valor de 29 biliões de dólares, assinala o FT.
De acordo com Collins, o banco central "tem instrumentos para responder aos receios acerca do funcionamento ou liquidez do mercado caso surjam". "Já tivemos de aplicar bastante rapidamente várias ferramentas", recorda a responsável ao jornal, também em resposta a condições caóticas nos mercados.
"Estaremos absolutamente preparados para fazê-lo caso seja necessário", garante Collins, mas ressalva que os cortes das taxas de juro de emergência não serão o primeiro instrumento a utilizar em caso de deterioração das funções do mercado.
"A taxa de juro de referência que utilizamos para a política monetária não é certamente a única ferramenta disponível e provavelmente não é a melhor forma de responder a desafios de liquidez ou de funcionamento dos mercados", referiu.
Michael Williams, outro dos responsáveis do banco central norte-americano, que lidera a divisão regional de Nova Iorque, alertou que as políticas de Trump poderão fazer acelerar a inflação, elevar o desemprego e travar o crescimento económico.