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França faz buscas em escritórios da Volkswagen
A confirmação das buscas em França chegou no dia seguinte à saída de Martin Winterkorn da ‘holding’ que controla maioritariamente o grupo automóvel. O actual presidente da Volkswagen será o substituto.
A polícia francesa fez buscas nos escritórios da Volkswagen em França. O anúncio foi feito este domingo, 18 de Outubro, pelas autoridades daquele país citadas pela imprensa internacional.
As buscas tiveram lugar na sexta-feira em dois escritórios de Paris, tendo sido apreendido material informático. As mesmas inserem-se na investigação mais alargada à Volkswagen, que é acusada por França de "fraude agravada".
A fabricante automóvel admitiu ter instalado dispositivos capazes de manipular os níveis de emissões poluentes em 11 milhões de carros a gasóleo em todo o mundo. Só em França há quase um milhão de carros afectados.
No sábado, 17 de Outubro, Martin Winterkorn abandonou o cargo de "chairman" que desempenhada na Porsche Automobil Holding, a maior accionista do grupo automóvel. O gestor será substituído por Hans Dieter Pötsch, que assegurou recentemente a presidência da Volkswagen.
Martin Winterkorn já tinha abandonado o seu cargo como CEO da Volkswagen, após este escândalo ter explodido. O alemão mantém-se ainda como presidente da Audi, Scania e da unidade de camiões e autocarros do grupo.
A Reuters escreve ainda que a Volkswagen está a considerar a redução de funcionários temporários, citando uma fonte do conselho de trabalhadores da empresa. A prioridade é manter os postos de trabalho mas o grupo automóvel está a "analisar cenários".
Já o alemão Bild concretiza que o governo alemão está a estudar a hipótese de seis mil trabalhadores temporários poderem beneficiar do programa estatal Kurzarbeit. O mesmo permite às empresas reduzir o número de horas de trabalho mantendo os trabalhadores. Há apoios previstos para compensar as perdas salariais por menos horas de trabalho.
Na semana passada, a Volkswagen anunciou que irá chamar às oficinas 8,5 milhões de carros, depois do regulador alemão ter recusado a proposta para que fossem os proprietários a levar de forma voluntária os carros à reparação.
A semana fechou também com a garantia do grupo alemão ao grupo português de que o investimento de quase 700 milhões de euros previsto para a fábrica da Volkswagen Autoeuropa, em Palmela, não será afectado pelo plano de cortes de mil milhões de euros anuais em investimento.