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Blatter: “Não posso monitorizar todas as pessoas, todo o tempo”

Na abertura do congresso da FIFA, Joseph Blatter mostrou-se “preocupado” com as investigações relacionadas com práticas de corrupção a vários dirigentes e ex-dirigentes, mas sublinhou que “não posso monitorizar todas as pessoas, todo o tempo”.

Bloomberg
28 de Maio de 2015 às 17:05
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"Não posso monitorizar todas as pessoas, todo o tempo", é a frase mais marcante do discurso proferido por Joseph Blatter esta quinta-feira, 28 de Maio, na abertura do congresso daquele organismo e que culmina com as eleições de amanhã. E depois de garantir não ter qualquer conhecimento das alegadas práticas de corrupção no seio da FIFA, negando assim quaisquer responsabilidades nos eventos noticiados, o dirigente suíço explicou que "se as pessoas quiserem agir incorrectamente, irão tentar escondê-lo".

 

O presidente da FIFA que se recandidata para o quinto mandato à frente do organismo que tutela o futebol mundial, mostrou-se "preocupado" com as investigações iniciadas pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos e que resultaram na detenção de sete dirigentes e ex-dirigentes da FIFA. No total são 14 os acusados pelas autoridades norte-americanas por práticas de crimes de extorsão, constituição de redes fraudulentas e lavagem de dinheiro. 

 

"Muita gente me atribui as responsabilidades destes actos e o manchar da reputação [da FIFA], quer seja pela organização de provas de futebol, quer devido a escândalos de corrupção", disse Joseph Blatter.

 

Depois de ouvir críticas de personalidades como o primeiro-ministro britânico, David Cameron, ou do presidente da UEFA, Michel Platini, que pediram a sua demissão e não recandidatura ao cargo, Blatter admitiu que "devem recair sobre mim" as consequências reputacionais do que vier a resultar das investigações das autoridades norte-americanas e suíças.  

 

Reconhecendo que os "próximos tempos serão difíceis para a FIFA", Blatter disse estar certo de que "mais más notícias se seguirão". Mas quis ressalvar que "aqueles que são corruptos no futebol são apenas uma minoria", e tal como acontece na sociedade "devem ser chamados às suas responsabilidades".

 

Apesar de Blatter não estar implicado nas investigações em curso, segundo garantia dada ainda ontem pela própria FIFA, esta quinta-feira surgiram informações de que a polícia helvética iria ouvir ainda hoje o dirigente desportivo suíço. Além de que as autoridades norte-americanas e suíças já revelaram, entretanto, ter intenções de investigar Joseph Blatter.

 

No entanto, o recandidato à liderança da FIFA assegurou que "lidaremos e cooperaremos com as autoridades para ter a certeza de que todos os culpados, do topo até à base, sejam punidos". Porque "não pode haver lugar à corrupção, seja de que tipo for", concluiu.

 

Na opinião do suíço, os mais recentes acontecimentos trouxeram "vergonha e humilhação ao futebol", sendo agora necessário aproveitar esta ocasião como "um momento de viragem para a FIFA".   

 

Nesse sentido, contrariando os pedidos e apelos à desistência da candidatura à presidência da FIFA, neste discurso proferido em Zurique, já depois da reunião realizada esta manhã com os restantes executivos da organização, Blatter mostrou que pretende assumir ele próprio o papel de regenerador do mundo do futebol.

 

"Amanhã o congresso terá a oportunidade de começar aquilo que será um percurso longo de reconstrução da confiança. Perdemos a confiança e agora temos de recuperá-la através das acções que tomarmos a mediante a forma como nos comportarmos individualmente".

 

Como tal é crucial "não perdermos o espírito do futebol e continuar a lutar por mudanças positivas no futebol" porque, sustenta, "a solidariedade e a unidade são requeridas pelo jogo, pelo mundo e pela paz".

 

Até indicação em contrário, amanhã haverá lugar à eleição do próximo presidente da FIFA. Na corrida ao cargo está, para além de Blatter, o príncipe jordano Ali bin Al Hussein, terceiro filho do rei Hussein da Jordânia.

 

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