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UE e China aceleram negociações sobre tarifas a carros elétricos

O comissário europeu, Valdis Dombrovskis, esteve reunido com o ministro dos Comércio chinês, Wang Wentao. Pequim promete investimentos para evitar as tarifas europeias sobre os seus carros elétricos.

YVES HERMAN
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A União Europeia (UE) e a China chegaram esta quinta-feira, 19 de setembro, a um acordo que visa acelerar as negociações entre as duas parte relativamente à aplicação de tarifas sobre os carros elétricos produzidos neste país asiático.

Esta intensificação das discussões acontece a pouco dias de distância da entrada em vigor da tarifas europeias sobre os veículos chineses. A UE planeia votar a 25 de setembro sobre a imposição das tarifas, embora essa data possa ser adiada por uns dias.

Valdis Dombrovskis, comissário europeu do Comércio, citado pela agência Bloomberg, disse ter mantido uma reunião produtiva com o ministro do Comércio da China, Wang Wentao, e que ambos planeiam continuar as conversações "sem prejuízo da investigação da UE e dos seus prazos".

A UE deixou claro para a China que continuará a sua investigação formal sobre os subsídios que considera injustos para os veículos elétricos fabricados na China, mas "as duas partes concordaram em rever os compromissos de preços", adiantou Olof Gill, porta-voz da Comissão Europeia. Por sua vez, o ministro do Comércio chinês adiantou que  continuará a negociar com a UE um possível compromisso a nível dos preços mas avisou que Pequim responderá a quaisquer tarifas aplicadas por Bruxelas com  "medidas necessárias".

Wang Wentao está num périplo pela Europa, tentando convencer os Estados-membros da UE a votarem contra as tarifas. O ministro chinês já visitou a Alemanha, Itália e Bélgica e está a tentar captara as simpatias dos Estados-membros para evitar as tarifas.

A UE propôs impor tarifas sobre os veículos elétricos fabricados na China de até quase 50%.

A votação, prevista para o final deste mês, abriria caminho para que as tarifas entrem em vigor a partir de novembro, durante cinco anos, a menos que uma maioria qualificada — 15 Estados-membros representando 65% da população do bloco — se oponha à medida. A UE tem frequentemente afirmado que qualquer solução deve estar em conformidade com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e abordar o impacto dos subsídios da China, uma mensagem repetida por Dombrovskis na sua conversa com Wang Wentao.

Para a UE, lembra a Bloomberg, estão em jogo milhares de empregos e a produção económica da indústria automóvel e de fornecedores, que enfrentam um impacto profundo com a eletrificação. As tarifas podem dar aos fabricantes de automóveis europeus algum espaço de manobra em relação aos concorrentes chineses, que estão a expandir-se globalmente.

Na ótica da China, a Europa é um dos mercados mais lucrativos para as suas exportações carros elétricos. À margem das negociações, a China está a prometer o aumento do investimento em fábricas de automóveis em países como Espanha e Hungria e ameaça impor tarifas sobre produtos europeus, casos dos laticínios e do conhaque, entre outros.

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