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Governo substitui embaixador português em Israel por ser necessário "outro perfil"

Luís Barros, que estava há menos de dois anos no cargo, foi substituído por Helena Paiva, diplomata que, entre outras funções, foi diretora-adjunta do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED).

Paulo Rangel (PSD) – Partido Popular Europeu
Paulo Rangel, que tutela os Negócios Estrangeiros, decidiu “reavaliar as necessidades do posto” em Israel.
19 de Setembro de 2024 às 18:28
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O embaixador de Portugal em Telavive, Luís Barros, foi exonerado do cargo, que exercia há menos de dois anos, depois de o Governo ter entendido ser preciso um diplomata com "outro perfil" em Israel e de escolher Helena Paiva para o substituir.

O afastamento de Luís Barros foi tornado público na quarta-feira com a publicação, em Diário da República, do decreto do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que informa de que foi exonerado, sob proposta do Governo, do cargo para o qual tinha sido nomeado em janeiro de 2023 pelo então ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho.

Contactado pelo Negócios, dado que o curto período no exercício das funções não correspondia ao da normal rotação, o gabinete do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, afirmou que "o momento atual do relacionamento bilateral com Israel e a conjuntura geopolítica regional e mundial levaram a que fosse feita uma reavaliação das necessidades do posto e, em função disso, à escolha de um embaixador com outro perfil".

A escolha para suceder a Luís Barros, que antes de ser o principal representante diplomático em Israel foi embaixador em Abuja (Nigéria), recaiu sobre Helena Paiva, segundo o decreto do Presidente da República, publicado no mesmo dia, que foi exonerada do cargo de embaixadora de Portugal em Atenas (Grécia) ainda sob proposta do anterior Governo, no início de março, mas com efeitos a 16 de junho, que ocupava há quatros anos. Antes tinha sido embaixadora de Portugal na Cidade da Praia (Cabo Verde), de 2016 a 2020, e em Windhoek (Namíbia), de 2014 a 2016.

Helena Paiva, de 57 anos, diplomata de carreira, foi directora-adjunta do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) entre julho de 2008 e julho de 2010, altura em que deixou o cargo, pelo qual recebeu, aliás, um louvor, para exercer outras funções públicas de relevância no âmbito do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Licenciada em Direito, foi aprovada no concurso de admissão aos lugares de adido de embaixada, aberto em 30 de agosto de 1991, tendo exercido uma série de funções diplomáticas, integrando, por exemplo, a missão permanente de Portugal junto das Nações Unidas (em Nova Iorque) como primeira-secretária (de agosto de 2000 a agosto de 2004). Entre as missões especiais de curta duração destaca-se a de observadora eleitoral pela União Europeia às primeiras eleições legislativas na Palestina em serviço na região de Hebron (1995-1996).

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