Notícia
Empresários na África do Sul garantiram apoio a Daniel Chapo nas presidenciais moçambicanas
Os empresários sul-africanos com interesses em Moçambique garantiram o apoio financeiro ao secretário-geral da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e candidato do partido às presidenciais, Daniel Chapo.
19 de Setembro de 2024 às 19:47
Cerca de uma centena de empresários na África do Sul garantiram apoiar o candidato da Frelimo às eleições presidenciais moçambicanas de 09 de outubro, disse esta quinta-feira fonte diplomática moçambicana, em Pretória, à Lusa.
Os empresários sul-africanos com interesses em Moçambique garantiram o apoio financeiro ao secretário-geral da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e candidato do partido às presidenciais, Daniel Chapo, durante um banquete realizado terça-feira no hotel Hilton, em Sandton, o subúrbio mais rico de Joanesburgo, no âmbito da sua visita partidária à África do Sul.
"No jantar estavam empresários sul-africanos ligados ao partido Frelimo que ofereceram algum dinheiro ao partido para a campanha, mas aqui para a África do Sul, não para Moçambique, como sabem que temos uma estrutura muito grande aqui do partido", disse à Lusa a embaixadora de Moçambique na África do Sul, Maria Manuela Lucas.
A diplomata estimou em pelo menos 6.000 membros do partido Frelimo na África do Sul, salientando que o antigo movimento de libertação moçambicano tem uma "máquina grande" composta por "um comité de zona para toda a África do Sul, e comités de zona que estão distribuídos por toda a África do Sul também".
"Creio que estariam naquela sala 80 empresários, a maioria sul-africanos do Black Business Council, (...) e havia outras empresas que já vêm a trabalhar com o partido Frelimo e estavam dispostas a estar ali, e a apoiar o partido", adiantou Maria Manuela Lucas, sem avançar detalhes sobre os montantes garantidos pelo empresariado sul-africano.
Contactado pela Lusa, o secretariado da Frelimo na África do Sul escusou-se a revelar os montantes angariados no evento de terça-feira, em Joanesburgo.
Todavia, várias fontes contactadas pela Lusa estimam em cerca de três milhões de rands (154 mil euros) o apoio prometido durante o banquete.
No evento participaram, além de Daniel Chapo, a ministra dos Negócios Estrangeiros de Moçambique, Verónica Macamo, que é mandatária da candidatura de Chapo e membro da comissão política, também o secretário-geral do Congresso Nacional Africano (ANC), Fikile Mbalula, e o vice-secretário-geral do Partido Comunista da África do Sul (SACP), Madala Masuku, entre outros.
O ANC, no poder há 30 anos na África do Sul através de uma aliança tripartida de governação com o SACP e a confederação sindical COSATU, reiterou o compromisso de apoiar "incondicionalmente" o candidato da Frelimo às eleições presidenciais moçambicanas de 09 de outubro.
"O vínculo que nos une foi forjado nas trincheiras das nossas lutas comuns de libertação contra a opressão daqueles que colonizaram as nossas terras", salientou Fikile Mbalula.
"Hoje, Oliver Tambo fala do túmulo, Samora Machel fala-nos do túmulo que a luta continua e devemos vencer", avançou o secretário-geral do ANC, antigo movimento nacionalista de libertação africano.
O ANC, em declínio desde 2009, perdeu pela primeira vez em 30 anos a maioria parlamentar nas eleições de 29 de maio último, tendo sido obrigado a formar uma coligação para governar o país.
Na sua deslocação à África do Sul, na passada terça-feira, o secretário-geral da Frelimo e candidato do partido no poder às eleições presidenciais em Moçambique reuniu-se ainda com o Presidente da República da África do Sul, Cyril Ramaphosa.
O chefe de Estado sul-africano recebeu na sua residência oficial Mahlamba Ndlopfu, em Pretória, a capital do país, "o candidato presidencial da Frente de Libertação de Moçambique, Daniel Chapo", segundo o Governo sul-africano, sem avançar detalhes.
Estima-se em mais de um milhão o número de moçambicanos a residir na África do Sul, incluindo 15.260 trabalhadores nas minas da África do Sul, o número mais baixo desde as décadas de 1960-1970, quando as minas de ouro e platina sul-africanas empregavam 120 mil trabalhadores moçambicanos.
O número de moçambicanos nas minas da África do Sul tem vindo a diminuir devido às políticas protecionistas impostas pelos sucessivos Governos do ANC desde 1994 à contratação de estrangeiros no país.
Dados oficiais indicam que 212.246 moçambicanos na África do Sul foram recenseados pelo Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) para as eleições presidenciais de 09 de outubro 2024.
Na quarta-feira, o Centro para a Democracia e Direitos Humanos (CDD) moçambicano acusou o Presidente sul-africano de "interferência inaceitável" nas eleições em Moçambique, por ter recebido Daniel Chapo.
"É com grande indignação que condenamos, de forma veemente, a interferência inaceitável do Presidente da República da África do Sul, Cyril Ramaphosa, ao manifestar publicamente o seu apoio ao candidato da Frelimo, Daniel Chapo, em plena campanha eleitoral para as eleições de Moçambique, agendadas para o próximo dia 09 de outubro", referiu a organização não-governamental (ONG) moçambicana, em comunicado.
Os empresários sul-africanos com interesses em Moçambique garantiram o apoio financeiro ao secretário-geral da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e candidato do partido às presidenciais, Daniel Chapo, durante um banquete realizado terça-feira no hotel Hilton, em Sandton, o subúrbio mais rico de Joanesburgo, no âmbito da sua visita partidária à África do Sul.
A diplomata estimou em pelo menos 6.000 membros do partido Frelimo na África do Sul, salientando que o antigo movimento de libertação moçambicano tem uma "máquina grande" composta por "um comité de zona para toda a África do Sul, e comités de zona que estão distribuídos por toda a África do Sul também".
"Creio que estariam naquela sala 80 empresários, a maioria sul-africanos do Black Business Council, (...) e havia outras empresas que já vêm a trabalhar com o partido Frelimo e estavam dispostas a estar ali, e a apoiar o partido", adiantou Maria Manuela Lucas, sem avançar detalhes sobre os montantes garantidos pelo empresariado sul-africano.
Contactado pela Lusa, o secretariado da Frelimo na África do Sul escusou-se a revelar os montantes angariados no evento de terça-feira, em Joanesburgo.
Todavia, várias fontes contactadas pela Lusa estimam em cerca de três milhões de rands (154 mil euros) o apoio prometido durante o banquete.
No evento participaram, além de Daniel Chapo, a ministra dos Negócios Estrangeiros de Moçambique, Verónica Macamo, que é mandatária da candidatura de Chapo e membro da comissão política, também o secretário-geral do Congresso Nacional Africano (ANC), Fikile Mbalula, e o vice-secretário-geral do Partido Comunista da África do Sul (SACP), Madala Masuku, entre outros.
O ANC, no poder há 30 anos na África do Sul através de uma aliança tripartida de governação com o SACP e a confederação sindical COSATU, reiterou o compromisso de apoiar "incondicionalmente" o candidato da Frelimo às eleições presidenciais moçambicanas de 09 de outubro.
"O vínculo que nos une foi forjado nas trincheiras das nossas lutas comuns de libertação contra a opressão daqueles que colonizaram as nossas terras", salientou Fikile Mbalula.
"Hoje, Oliver Tambo fala do túmulo, Samora Machel fala-nos do túmulo que a luta continua e devemos vencer", avançou o secretário-geral do ANC, antigo movimento nacionalista de libertação africano.
O ANC, em declínio desde 2009, perdeu pela primeira vez em 30 anos a maioria parlamentar nas eleições de 29 de maio último, tendo sido obrigado a formar uma coligação para governar o país.
Na sua deslocação à África do Sul, na passada terça-feira, o secretário-geral da Frelimo e candidato do partido no poder às eleições presidenciais em Moçambique reuniu-se ainda com o Presidente da República da África do Sul, Cyril Ramaphosa.
O chefe de Estado sul-africano recebeu na sua residência oficial Mahlamba Ndlopfu, em Pretória, a capital do país, "o candidato presidencial da Frente de Libertação de Moçambique, Daniel Chapo", segundo o Governo sul-africano, sem avançar detalhes.
Estima-se em mais de um milhão o número de moçambicanos a residir na África do Sul, incluindo 15.260 trabalhadores nas minas da África do Sul, o número mais baixo desde as décadas de 1960-1970, quando as minas de ouro e platina sul-africanas empregavam 120 mil trabalhadores moçambicanos.
O número de moçambicanos nas minas da África do Sul tem vindo a diminuir devido às políticas protecionistas impostas pelos sucessivos Governos do ANC desde 1994 à contratação de estrangeiros no país.
Dados oficiais indicam que 212.246 moçambicanos na África do Sul foram recenseados pelo Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) para as eleições presidenciais de 09 de outubro 2024.
Na quarta-feira, o Centro para a Democracia e Direitos Humanos (CDD) moçambicano acusou o Presidente sul-africano de "interferência inaceitável" nas eleições em Moçambique, por ter recebido Daniel Chapo.
"É com grande indignação que condenamos, de forma veemente, a interferência inaceitável do Presidente da República da África do Sul, Cyril Ramaphosa, ao manifestar publicamente o seu apoio ao candidato da Frelimo, Daniel Chapo, em plena campanha eleitoral para as eleições de Moçambique, agendadas para o próximo dia 09 de outubro", referiu a organização não-governamental (ONG) moçambicana, em comunicado.