O dono do grupo Traffic, o brasileiro José Hawilla, é um dos envolvidos que aceitou colaborar com a justiça norte-americana na investigação sobre fraude, lavagem de dinheiro e corrupção nos últimos 24 anos, mas na área de direitos televisivos.

"Não tem nada a ver com a actividade da SAD do Estoril, na gestão do futebol e de jogadores, mas claro que vai sempre haver essa relação com o accionista que está envolvido nessa situação. É o dono da empresa que tem as acções do Estoril", admitiu Tiago Ribeiro à agência Lusa.

Apesar de reconhecer que este envolvimento da Traffic no escândalo de corrupção "não é bom para a imagem" da empresa, Tiago Ribeiro disse também que "não é o fim do mundo".

"Claro que vai haver sempre uma confusão da opinião pública, mas temos de ser pragmáticos e objectivos e saber separar uma coisa da outra. Não há 'contaminação' nem qualquer tipo de envolvimento [dos gestores da SAD do Estoril] com essa actividade [direitos televisivos] nem com essa investigação", frisou o responsável do clube 'canarinho'.

O presidente da SAD do Estoril-Praia lembrou também que José Hawilla "colaborou nas investigações e assumiu culpa em algumas operações". "O accionista [José Hawilla] resolveu colaborar com as investigações, que culminaram com as detenções", recordou Tiago Ribeiro.

Hawilla admitiu as acusações de fraude electrónica, lavagem de dinheiro e obstrução à justiça pela sua implicação no caso e aceitou devolver 151 milhões de dólares através do 'braço' da Traffic nos Estados Unidos, onde foi desencadeada a investigação que levou à detenção de sete dirigentes ou ex-dirigentes da FIFA na Suíça.

O Estoril-Praia foi adquirido pela Traffic Sports Europe em 2010 quando estava na II Liga. De lá para cá, tendo como administrador o brasileiro Tiago Ribeiro, subiu à I Liga, na qual permanece há três épocas, apurou-se pela primeira vez para as competições europeias, ao terminar o campeonato de 2012/13 em quinto lugar, e repetiu a proeza na época seguinte, alcançando o quarto lugar.