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PS exige clarificação dos "negócios" da empresa que contratou Maria Luís Albuquerque

Carlos César considera que a contratação de Maria Luís Albuquerque pela gestora de dívidas que comprou créditos ao Banif é uma situação "embaraçosa" e que configura uma "cumplicidade negativa".

Miguel Baltazar
03 de Março de 2016 às 18:59
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O PS não quer entrar em populismos sobre a questão relacionada com a contratação de Maria Luís Albuquerque, actual deputada do PSD, por parte de uma gestora de créditos, a Arrow Global, que comprou créditos do Banif em 2013, quando Albuquerque era ainda ministra das Finanças. Mas não deixa de notar tratar-se de uma "situação embaraçosa" que representa uma "cumplicidade negativa".

 

Questionado pelos jornalistas, esta quinta-feira, 3 de Março, à margem de uma visita à feira de turismo BTL, Carlos César, presidente da bancada parlamentar socialista, começou por explicar que "não temos nem cultivamos estas matérias de imediatismo populista", para depois acrescentar que "importa clarificar" os contornos do que o próprio classificou de "negócios vultuosos". Nesse sentido, Carlos César sustenta que deve ser a subcomissão parlamentar de ética a pronunciar-se sobre o tema.

"Não é uma situação que possa ser displicentemente tratada. Terão de existir explicações sobre essa matéria", avisou o deputado do PS. "Está em causa o comportamento de uma personalidade, que foi até agora ministra das Finanças, que vai agora trabalhar para uma empresa" que teve negócios com o Banif, explicou César recordando que nessa altura o Estado era ainda o accionista maioritário do banco madeirense, razão pela qual era uma pasta que "Maria Luís Albuquerque tutelava".

 

Na perspectiva de Carlos César, "o que é preciso verificar é se no plano da ética política esse comportamento é, ou não, legítimo e reprovável", que acredita ser possível estarmos perante uma situação de "conflito de interesses e até conflito legal".

 

Esta quinta-feira a gestora de créditos Arrow Global anunciou que a deputada Maria Luís Albuquerque passará, já a partir do próximo dia 7 de Março, a exercer as funções de administradora não executiva na gestora britânica de créditos que, em 2014, adquiriu ao Banif, intervencionado pelo Estado português em 2013, um conjunto de crédito malparado daquela instituição.

 

Maria Luís já reagiu, criticando o "aproveitamento político" que está a ser feito em redor desta questão, assegurando não existir qualquer "incompatibilidade" que a impeça de assumir funções no grupo britânico, já a partir do início da próxima semana, apesar de ser ainda deputada.

 

Por outro lado, o PCP entende que esta "matéria suscita dúvidas", até porque  existe uma interligação entre o Banif e a Arrow Global que "interfere naquilo que são os negócios com o próprio Estado". Por esta razão, a bancada comunista decidiu enviar esta questão para análise da subcomissão de ética.

 

Já o Bloco de Esquerda, através da sua porta-voz, Catarina Martins, defende que a contratação da ex-ministra "deve ser investigada" porque "Maria Luís Albuquerque foi trabalhar para a empresa que lucrou com o que fez no Banif, ao arrastar a situação". Trata-se de uma "situação verdadeiramente inaceitável", concluiu Catarina Martins.

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