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Campanhas de Dilma e Lula vão ser investigadas pela Justiça

O Supremo Tribunal Federal decidiu encaminhar para o juiz Sérgio Moro, que está a conduzir as investigações no quadro da operação "Lava Jato", documentos com indícios de financiamento ilegal das campanhas. Fundador do PT pediu a destituição de Dilma: foi o 17º pedido nesse sentido que deu entrada no Parlamento brasileiro.

Reuters
Eva Gaspar egaspar@negocios.pt 07 de Setembro de 2015 às 11:23

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu encaminhar para o juiz Sérgio Moro, que está a conduzir as investigações no quadro da operação "Lava Jato", documentos que apontam para suspeitas de arrecadação ilegal de receitas nas campanhas presidenciais que conduziram à reeleição de Lula da Silva em 2006 e de Dilma Rousseff em 2010. A notícia é avançada pela imprensa brasileira, designadamente pela Globo.


Esta nova diligência junta-se à já efectuada respeitante à campanha eleitoral que levou à recondução de Dilma em 2014. Recorde-se que já neste ano foi detido João Vaccari Neto, até então tesoureiro do Partido dos Trabalhadores. Um outro tesoureiro do partido de Lula e Dilma, Delúbio Soares, foi condenado e permanece preso por envolvimento no caso do Mensalão. Deslindado em 2010, também esse processo girou em torno do desvio de verbas de empresas públicas para financiar políticos e partidos, à semelhança do que sucede agora, estando a operação "Lava Jato" centrada na Petrobras.

Hélio Bicudo, antigo vice-prefeito de São Paulo e fundador do PT – partido do qual se afastou há dez anos – apresentou entretanto o que é já o 17º pedido de "impeachment" junto da Câmara dos Deputados. O jurista de 93 anos sustenta o pedido com base nos indícios já recolhidos pela investigação "Lava Jato" contra a conduta da presidente, na violação da lei orçamental em 2014 e provavelmente neste ano, e na compra da refinaria norte-americana de Passadena – operação que se revelou ruinosa para a Petrobras e que foi decidida à época em que a petrolífera estatal era dirigida por Dilma.

 

Além de dissidências no seio do PT, a presidente está também mais isolada no seio da coligação governamental. Depois de Michel Temer - vice-presidente do Brasil e líder do PMDB (principal partido aliado do PT no governo) – se ter recusado a continuar a coordenar a agenda política do governo, Jarbas Vasconcelos, experiente deputado do partido, veio a público reclamar que a saída de Dilma da presidência "é inevitável", defendo um governo de unificação nacional conduzido pelo "vice" Michel Temer. "Até gente que compõe o governo sabe que as coisas estão insustentáveis. Ela está com a popularidade baixa e segue errando. Por isso, ou ela vai para a renúncia, ou para o impeachment. Não há outras opções no cenário actual", diz Jarbas, em entrevista à revista "Isto é".

"Acho que ela não tem formação para um gesto de grandeza como a renúncia, mas acredito que, embora difícil, isso possa acontecer.  Minha impressão é que mais cedo ou mais tarde a ficha dela vai cair. Até agora, quando Dilma fala, parece que está no mundo da lua. Nos últimos dias eu a vi repetir que a crise é passageira. Ela sabe que não é! Não chegamos ainda ao fundo do poço, mas estamos bem próximos", antecipa o deputado do PMDB, acrescentando que nunca o Brasil viveu em crise tão profunda e grave.

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