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Estados Unidos abrem investigação a suspeitas de corrupção na Petrobras

O Departamento de Justiça e o "polícia" das bolsas dos Estados Unidos abriram uma investigação à Petrobras para averiguar se a estatal brasileira violou a lei anti-corrupção a que estão submetidas as cotadas no país. A Petrobras está no centro de mais um escândalo de desvio de verbas que envolve o PT da presidente Dilma Rousseff, antiga presidente do conselho de administração da empresa.

Bloomberg
11 de Novembro de 2014 às 13:45
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O Departamento de Justiça dos Estados Unidos e o regulador norte-americano do mercado de capitais, o Securities and Exchange Comission (SEC), abriram uma investigação criminal contra a estatal brasileira de petróleos e gás Petrobras na sequência de denúncias de corrupção na companhia. A informação foi avançada nesta segunda-feira pelo "Financial Times" e, segundo o  "Folha de São Paulo" pode levar a mudanças na gestão da empresa, que é cotada na Bolsa de Nova Iorque, e forçar Dilma Rousseff a prestar depoimento.

 

As autoridades dos EUA querem saber se a Petrobras violou o " Foreign Corrupt Practices Act". Trata-se de um conjunto de regras de combate à corrupção que tem de ser cumprido por empresas norte-americanas ou que negoceiam as suas acções na bolsa norte-americana.

 

Desde o início de 2014, a Petrobras tem sido alvo de uma série de denúncias de corrupção, feitas em particular pelo ex-director de abastecimento da empresa, Paulo Roberto Costa, e pelo cambista ("doleiro") Alberto Youssef, segundo os quais a estatal servia de plataforma de desvio de verbas para "agentes políticos" do Partido dos Trabalhadores (PT) da presidente Dilma Rousseff e de dois partidos aliados, o PMDB e o PP.

 

O caso foi desencadeado pela chamada "Operação Lava-Jacto" conduzida pela Polícia Federal, que está a tentar deslindar uma rede de lavagem de dinheiro e de evasão de divisas que virá do tempo do escândalo do "Mensalão", e que segundo as autoridades policiais terá movimentado cerca de 10 mil milhões de reais (três mil milhões de euros ao câmbio actual).

 

Um dos contratos sob suspeita é a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. Em 2006, era Dilma Rousseff presidente do Conselho de Administração da Petrobras, a estatal pagou 360 milhões de dólares por metade desta refinaria que, um ano antes, tinha sido comprada pela belga Astra Oil por 42 milhões. Em 2008, após desentendimentos com a Astra Oil, a Petrobras foi obrigada a pagar 820,5 milhões para comprar a outra metade, elevando a compra da refinaria a 1,18 mil milhões de dólares.

 

Outro contrato sob suspeita de ter servido de capa a financiamento ilícito de políticos e de partidos envolve a construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco,  que estava orçada em 2,5 mil milhões de dólares e que acabou por custar cerca de 20 mil milhões, quase dez vezes mais.

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