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Jim Chanos: Petrobras é um esquema
Jim Chanos, presidente e fundador da Kynikos Associates, conversa com Stephanie Ruhle, da Bloomberg TV, durante o evento Robin Hood Investors Conference, em Nova Iorque. As eleições no Brasil levam também ao tema da energia, nomeadamente a Petrobras.
Segundo Chanos, com Dilma Rousseff no poder, a Petrobras "é um instrumento do Estado". Na opinião do gestor, a evolução do preço das acções da petrolífera tem estado directamente ligada à "cotação" de Dilma nas projecções para os resultados das eleições presidenciais no Brasil.
Sempre que as projecções apontam para uma vantagem de Dilma, as acções da Petrobras caem, e sempre que Dilma é colocada em desvantagem as cotações da petrolífera sobem, sublinha Chanos. E porquê? Porque Dilma foi presidente da Petrobras, altura em que houve bastantes investigações à empresa, que esteve envolta em vários escândalos.
Chanos sublinha ainda que o cash flow da Petrobras é de 25 a 26 mil milhões de dólares por ano, mas o seu Capex (despesas de capital) é de 45 mil milhões, havendo ainda a juntar cinco mil milhões de juros capitalizados. Por conseguinte, considera o gestor, o cash flow bruto "está apenas a cobrir metade das despesas de capital e dos juros capitalizados; por isso, não cobre o dividendo".
"A empresa tem de ‘comprar’ o que está em falta. Tem de comprar mais de 25 mil milhões de dólares por ano. É um ‘afundanço’ do ponto de vista financeiro", conclui.