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Ninguém escapa. Segunda-feira negra arrasa mercados financeiros mundiais
O sentimento é geral. Os mercados caíram com estrondo esta segunda-feira, estendendo as perdas da semana passada. Ásia e Europa no vermelho. Petróleo, ouro e dólar também no vermelho.
Depois de, na semana passada, os mercados terem reagido com violência ao anúncio de tarifas recíprocas por parte da administração Trump a todos os países do mundo, esta manhã o "sell-off" continua a devorar as principais praças mundiais.
Na Ásia, as bolsas caíram com estrondo após Pequim ter contra-atacado com taxas semelhantes às dos Estados Unidos anunciando ainda medidas de proteção da sua economia. Na China, o Shangai Composite registou mínimos de fecho de cinco anos, ao recuar mais de 7%. Já o Hang Seng tombou 12%. Pelo Japão, o Nikkei 225 e o Topix a afundarem 7,83% e 7,79%, respetivamente.
O sentimento alastrou-se à Europa, com as ações a baterem mínimos de dezembro de 2023. Depois de, na sexta-feira passada, o Stoxx 600 - índice que agrega as maiores empresas do continente - ter tido o pior dia desde a pandemia apagando todos os ganhos conseguidos desde o início do ano, esta manhã as perdas estenderam-se, com um recuo 6,3% na abertura.
Lisboa acompanhou a tendência dos seus congéneres europeus, com um tombo de 6,5% nos primeiros minutos da negociação. BCP, Mota-Engil e grupo EDP foram as cotadas mais fustigadas mas todas as empresas do principal índice português apresentaram recuos significativos, acima de 3%.
"Há um sentimento geral de pânico", afirmou Daniel Murray, CEO da EFG Asset Management em Zurique. "Está tudo a ser massacrado, até empresas de qualidade que, provavelmente, se vão aguentar relativamente bem."
De resto - olhando para outras classes de ativos - também o petróleo está a perder - influenciado pela baixa de preço acentuada do crude da Arábia Saudita -, tal como o ouro, com os investidores a tomarem mais-valias para compensarem as perdas do mercado acionista.
O dólar também recua, face sobretudo ao euro, ao franco suíço e ao iene japonês. Por sua vez, os juros das dívidas soberanas estão a aguentar-se numa altura em que os mercados antecipam uma recessão global e mais cortes nas taxas de juro por parte dos bancos centrais.