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Dilma sobre "impeachment": "É um golpismo escancarado"

A presidente brasileira continua a argumentar que as irregularidades detectadas na sua gestão e as suspeitas de envolvimento no esquema de corrupção centrado na Petrobras são manobras de "golpistas" da oposição, que quer retirar-lhe o poder conferido pelo eleitorado.

Bloomberg
Eva Gaspar egaspar@negocios.pt 14 de Outubro de 2015 às 12:43

A presidente brasileira Dilma Rousseff chamou de "golpistas descarados" aos que querem interromper o seu mandato, alegando que o que está em marcha é uma manobra artificial para forçar o seu "impeachment".

 
"Há uma busca incessante da oposição de cortar o caminho para o poder, de dar um salto e chegar ao Governo com um golpe". "O que antes era inconformismo, se transformou num claro desejo de retrocesso político. Isso é um golpismo escancarado", disse a presidente, acusando a oposição de a perseguir "porque o meu governo e o governo do presidente Lula proporcionou o mais enfático combate à corrupção de nossa história. Eu insurjo-me contra o golpismo".

A falar ao lado de Lula da Silva na terça-feira, em São Paulo, durante a cerimónia de abertura do 12º Congresso da Central Única dos Trabalhadores, Dilma acusou a oposição de não aceitar a derrota que sofreu há um ano nas urnas.


Dilma falava depois de Eduardo Cunha - presidente do Congresso, homem forte do PMDB, partido aliado do PT, e também envolvido em suspeitas de corrupção – ter adiado a decisão de dar seguimento, ou não, aos pedidos de "impeachment" da presidente que já deram entrada na câmara dos deputados.

Dilma é acusada de ter cometido irregularidades graves na gestão das contas públicas de 2014, o último ano do seu anterior mandato, tendo o Tribunal de Contas do Brasil recomendado, no passado dia 8 de Outubro, por unanimidade, que o Congresso chumbe o fecho das contas. 

A presidente é ainda suspeita de envolvimento no esquema de corrupção centrado na Petrobras. As suas campanhas eleitorais terão sido alegadamente financiadas com verbas desviadas da petrolífera estatal, cujo conselho de administração foi presidido pela própria Dilma desde 2005 até 2010, ano em que foi pela primeira vez eleita para presidência do Brasil, sucedendo a dois mandatos de Lula da Silva, também suspeito de ter beneficiado de desvios de verbas da Petrobras.

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