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Ao minuto07.04.2025

Tarifas não dão folga à Europa. Stoxx 600 em mínimos de mais de um ano

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta segunda-feira.

Kamil Zihnioglu/AP
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07.04.2025

Tarifas não dão folga à Europa. Stoxx 600 em mínimos de mais de um ano

As bolsas europeias afundaram para mínimos de mais de um ano esta segunda-feira, numa sessão marcada por extrema volatilidade, que levou algumas praças da região a conseguirem tocar no verde, antes de voltarem a registar grandes quedas.

A política comercial de Donald Trump continua a ditar o sentimento de mercado. Depois de a CNBC ter noticiado que a administração norte-americana estaria a considerar uma pausa de 90 dias na implementação de tarifas, as principais praças europeias conseguiram respirar de alívio, tendo o alemão DAX e o francês CAC-40 chegado a negociar em território positivo.

No entanto, o otimismo foi rapidamente apagado dos mercados, com a Casa Branca a desmentir as notícias (embora nem todos os analistas acreditem que a possibilidade de um adiamento esteja fora da mesa de negociação) e Donald Trump a ameaçar a China com uma tarifa adicional de 50%, caso Pequim não recue na retaliação anunciada na sexta-feira.

No final da sessão, o "benchmark" da negociação europeia, o Stoxx 600, perdeu 4,50% para 474,01 pontos – em mínimos de finais de janeiro de 2024. O setor das "utilities" (água, luz e gás) foi o que mais desvalorizou esta segunda-feira, sendo acompanhado no pódio pelas ações do setor dos seguros e dos serviços financeiros – todos caíram mais de 5%.

Num clima de grande confusão com as tarifas, a administração Trump admitiu que já começou a negociar com vários países. Uma das primeiras nações visadas foi o Japão, com o primeiro-ministro nipónico a realizar uma chamada com o Presidente dos EUA, mas também a União Europeia prepara-se para começar uma ronda de negociações. Esta abertura, no entanto, não foi o suficiente para deixar as praças europeias no verde.

"Apesar de terem sido iniciadas negociações entre os EUA e alguns parceiros comerciais, é improvável que se assita a uma grande reviravolta antes da data de implementação, na quarta-feira", explica Wolf von Rotberg, estratega do Bank J. Safra Sarasin, à Bloomberg. O analista acrescenta que ainda é impossível medir o impacto destas tarifas, prevendo que o clima de incerteza continue a dominar.

Entre as principais praças europeias, o alemão Dax afundou 4,13%, o francês CAC-40 desvalorizou 4,78%, o italiano FTSEMIB recuou 5,18 % e o britânico FTSE 100 perdeu 4,38%, enquanto o espanhol IBEX 35 caiu 5,12% e o holandês AEX registou um decréscimo de 4,76%. Por sua vez, o sueco OMX Stockholm 30 entrou em "bear market", ao cair 4,7% esta segunda-feira.

07.04.2025

Juros agravam-se na Zona Euro. Yields das "Gilts" britânicas disparam 16 pontos

Os juros das dívidas da Zona Euro encerraram a sessão com ganhos avultados, numa altura em que os investidores avaliam rumores de uma possível pausa de 90 dias na implementação de tarifas por parte de Donald Trump. A Casa Branca veio desmentir estas notícias, apelidando-as de "fake news", mas os mercados não parecem ter ficado completamente convencidos que esta hipótese está realmente fora da mesa. 

Entretanto, o Presidente dos EUA já veio ameaçar elevar as tarifas à importação de bens vindos da China em 50% em resposta às tarifas de 34% anunciadas por Pequim. Trump também fechou a porta a eventuais negociações com a segunda maior economia do mundo, cancelando todas as reuniões que já estavam marcadas com a nação asiática. 

Neste contexto, os juros das "Bunds" alemãs a dez anos, que servem de referência para a Zona Euro, aumentaram 3,5 pontos base (o menor agravamento entre os pares europeus) para 2,608%, enquanto as "yields" francesas dispararam 6,6 pontos para 3,396%. 

Nos países do sul da Europa, os juros da dívida portuguesa avançaram também 6,6 pontos para 3,224%, as "yields" espanholas cresceram 6,9 pontos para 3,339%, enquanto as obrigações italianas subiram 9,8 pontos para 3,864%. 

Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas registaram movimentações muito mais acentuadas, disparando 16,3 pontos base para 4,613% - um dos maiores agravamentos diários desde o final da pandemia, impulsionado pelos receios em torno da economia e política orçamental britânica.     

07.04.2025

Dólar recupera em dia de extrema volatilidade nos mercados

O dólar recupera esta segunda-feira, numa sessão altamente volátil para os mercados, corrigindo parte das perdas motivadas pelos receios de uma recessão global causada pelas tarifas de Trump.

O índice do dólar, que mede a robustez da moeda norte-americana contra as principais rivais, ganha 0,35% para 103,39. O euro cai 0,27% para 1,0924 dólares e, contra o iene, o dólar sobe 0,33% para 147,38.

Contudo, os receios económicos mantêm-se, depois de o índice do dólar ter atingido um mínimo de seis meses de 101,267 na quinta-feira, após o anúncio de tarifas.

"A economia dos EUA está a avançar rapidamente em direção a uma recessão, e provavelmente vai arrastar o resto do mundo consigo", refere o estratega da Pepperstone Michael Brown numa nota, citado pelo WSJ.

O dólar está a ser especialmente atingido uma vez que é o ativo mais exposto à "incoerência das tarifas" de Trump, assinala Brown.

Há instantes, o Presidente dos EUA ameaçou novamente a China com tarifas adicionais de 50% e disse que as negociações com outros países vão iniciar-se no imediato.

07.04.2025

Ouro continua em queda e desce para menos de 3 mil dólares

O ouro continua a perder valor e voltou a negociar abaixo das fasquia dos 3 mil dólares por onça, pela primeira vez em três semanas. Os investidores continuam a proceder à tomada de mais-valias de forma a cobrir perdas noutros ativos, numa altura em que o fantasma da recessão global voltou a ensombrar os mercados.

A esta hora, o ouro desvaloriza 1,62% para 2.989,10 dólares por onça. Este movimento acontece apesar de os investidores estarem cada vez mais certos que a Reserva Federal (Fed) norte-americana vai proceder com um maior número de cortes este ano do que os projetados no último "dot plot".

"As matérias-primas estão a ser bastante afetadas por estas preocupações em torno das tarifas e do seu impacto no crescimento e na procura. Como a volatilidade continua a aumentar, as posições em matérias-primas estão a ser reduzidas em todos os setores", explica Ole Hansen, analista de "commodities" do Saxo Bank, à Reuters.

O cobre, que registou a maior queda diária desde a pandemia na sexta-feira, ao afundar mais de 6%, encontra-se a negociar novamente no vermelho, embora com perdas menos substanciais. A esta hora, o metal perde 3,34% para 425,50 dólares, enquanto a prata já se encontra a recuperar das grandes desvalorizações da última sessão.

A matéria-prima avança, a esta hora, 2,60% para 29,99 dólares, indicando um possível caminho de recuperação para os restantes metais preciosos. "Os investidores vão começar a procurar algum valor nos ativos que foram mais afetados por este ‘sell-off’ e a prata já está a beneficiar deste cenário", explica o mesmo analista.

07.04.2025

Petróleo afunda para mínimos de quatro anos numa sessão bastante volátil

O barril de petróleo está a negociar em mínimos de quase quatro anos, numa altura em que os investidores continuam bastante preocupados com o impacto que as tarifas de Donald Trump podem ter sobre a procura desta matéria-prima no mercado global.

A sessão tem registado grande volatilidade, com os preços do crude a chegarem a valorizar esta segunda-feira, após relatos que a administração Trump estaria a considerar uma pausa de 90 dias em todas as tarifas, exceto para a China. Com a Casa Branca a desmentir a notícia, apelidando-a de "fake news", o petróleo voltou a negociar no vermelho.

A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os Estados Unidos (EUA) – recua 2,47% para os 60,46 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a desvalorizar 2,20% para os 64,14 dólares por barril.

O petróleo arrancou o dia em baixa, depois de a Arábia Saudita ter anunciado, no domingo, que iria reduzir drasticamente o preço do seu crude de referência – o maior desconto em mais de dois anos. O anúncio está a pressionar ainda mais a negociação desta matéria-prima, que, com a uma guerra comercial aberta em vigor, vai já no seu terceiro dia consecutivo de perdas.

"Isto é um sinal de que as tarifas vão prejudicar a procura de petróleo", afirma o analista da PVM, Tamas Varga, à Reuters. "Mostra que os sauditas esperam que o equilíbrio entre a oferta e a procura seja afetado e foram forçados a reduzir os seus preços de venda oficiais", conclui.

07.04.2025

Sangria em Wall Street. S&P 500 e Dow Jones a caminho de "bear market"

A ferida foi aberta e não parece haver forma de a estancar. Os principais índices norte-americanos arrancaram mais uma sessão com perdas consideráveis, com o S&P 500 e o industrial Dow Jones a caminho de "bear market", ou seja, prestes a registar uma desvalorização de 20% face aos máximos históricos que atingiram este ano. Na sexta-feira, o tecnológico Nasdaq já tinha pisado esta fasquia. 

Os investidores continuam a procurar refúgio em ativos mais seguros, vendendo as suas posições expostas ao risco, numa altura em que uma guerra comercial entre os EUA e o resto do mundo continua a assolar os mercados. Na sexta-feira, a China decidiu retaliar com tarifas de 34% e a União Europeia prepara-se para seguir o mesmo caminho, com um conjunto de contra-medidas sobre o equivalente a 28 mil milhões de dólares em importações de produtos norte-americanos

A esta hora, o S&P 500 perde 3,61% para os 4.891,05 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite desliza 4,03% para 14.959,51 pontos. Já o industrial Dow Jones cai 3,44% para 36.997,18 pontos. Apesar das grandes quedas, o mercado está a receber algum alento com as declarações do conselheiro económico da Casa Branca, Kevin Hasset, que revelou que Donald Trump passou o fim de semana a falar com líder mundiais e está disposto a negociar a magnitude das tarifas.

"O que estamos a ver neste momento é mais uma recuperação técnica, após um 'sell-off' bastante acentuado. Mas isto não representa necessariamente o fim desse 'sell-off'", indica Fiona Cincotta, analista da City Index, que explica ainda que, para isto acontecer, Trump teria de dar vários passos atrás na sua política comercial ou os bancos centrais teriam de dar mais apoio à economia.

Entre as principais movimentações de mercado, a Howmet Aerospace afunda 4% para 107,79 dólares, depois de fornecedor de peças para aeronaves ter revelado que pode vir a suspender algumas encomendas, devido ao impacto económico das tarifas de Trump.

Por sua vez, as "megacaps" - empresas com a maior capitalização de mercado - continuam a ser bastante castigadas, com a Apple, mais uma vez, a liderar as quedas, devido à grande exposição da sua produção a países afetados pela política comercial protecionista dos EUA. A gigante tecnológica abriu a sessão a perder mais de 6%. 

07.04.2025

Euribor sobem a 3 e 6 meses e descem a 12 meses para mínimo desde setembro de 2022

A taxa Euribor subiu hoje a três e a seis meses e desceu a 12 meses para um novo mínimo desde setembro de 2022.

Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que avançou para 2,362%, ficou acima da taxa a seis meses (2,275%) e da taxa a 12 meses (2,210%).

A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou hoje, ao ser fixada em 2,275%, mais 0,016 pontos.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a fevereiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,52% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,50% e 25,72%, respetivamente.

No prazo de 12 meses, a taxa Euribor recuou, para 2,210%, menos 0,025 pontos e um novo mínimo desde 14 de setembro de 2022.

Em sentido contrário, a Euribor a três meses, que está abaixo de 2,5% desde 14 de março, subiu hoje, ao ser fixada em 2,362%, mais 0,039 pontos.

Em termos mensais, a média da Euribor em março voltou a descer a três, a seis e a 12 meses, mas menos intensamente que nos meses anteriores.

A média da Euribor a três, seis e a 12 meses em março desceu 0,083 pontos para 2,442% a três meses, 0,075 pontos para 2,385% a seis meses e 0,009 pontos para 2,398% a 12 meses.

Como antecipado pelos mercados, o BCE decidiu em março reduzir, pela quinta vez consecutiva em seis meses, as taxas de juro diretoras em um quarto de ponto, para 2,5%.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, deu a entender que a instituição está preparada para interromper os cortes das taxas de juro em abril.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 16 e 17 de abril em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Lusa

07.04.2025

Maré vermelha na Europa com quedas acima de 5%. Defesa é o setor mais penalizado

Os principais índices europeus abriram em pleno de quedas, com os principais índices a mergulharem mais de 5% e com o índice de referência europeu, o Stoxx 600, em mínimos de janeiro de 2024.

Os investidores continuam a fugir dos ativos de risco e avaliar os impactos de uma guerra comercial para as economias globais, em especial a possibilidade de uma recessão nos Estados Unidos.

Ainda na manhã desta segunda-feira os analistas do Goldman Sachs aumentaram as probabilidades de uma recessão na maior economia mundial, de 35% para 45%. Esta é a segunda vez em pouco mais de uma semana que esta estimativa é atualizada. Desde que foram anunciadas tarifas por Donald Trump que pelo menos sete bancos de investimento aumentaram as perspetivas de uma recessão, com o JPMorgan a colocar esse valor em cerca de 60%, de acordo com dados analisados pela Reuters.

A esta hora, o Stoxx 600 segue a desvalorizar 5,79% para 467,58 pontos, aprofundando a descida depois de ter registado na semana passada a pior prestação desde março de 2020, com o setor industrial a registar a maior queda, acima de 7%. Nenhum setor escapa às perdas e o das telecomunicações regista a menor descida, de 4,4%.

As cotadas do setor da defesa, que registavam a maior subida este ano até agora, estão a ser as mais penalizadas. A alemã Rheinmetall chegou a tombar 27% e segue agora a cair mais de 10%. Outras empresas do setor como a francesa Thales, a italiana Leonardo e a sueca Saab afundam entre 3% e 6%.

"A performance abaixo dos pares do setor da defesa explica-se pelos ganhos desproporcionais desde o início do ano", explicou o analista Stefan Maichl da LBBW à Reuters. "O aumento do preço leva a que a ação esteja mais vulnerável a correções e os investidores estão agora a colocar as suas mais-valias num local seguro", acrescentou.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax afunda 6,44%, o francês CAC-40 desvaloriza 6,18%, o italiano FTSEMIB recua 6,73%, o britânico FTSE 100 perde 4,8% e o espanhol IBEX 35 cai 6,06%. Em Amesterdão, o AEX regista um decréscimo de 6,06%.

07.04.2025

Índice dólar cede 0,57%, à espera que a Fed volte a cortar juros

Esta segunda-feira, o índice do dólar da Bloomberg, que mede a força da nota verde face aos principais concorrentes, cai 0,57% para 102,45 pontos.

Os "traders" esperam que a Reserva Federal norte-americana ainda corte as taxas de juros mais cinco vezes este ano, já que as tarifas comerciais impostas por Trump despertam receios de uma recessão global.

O presidente dos EUA recomendou "esquecer os mercados por um segundo".

Nos mercados, os investidores estão a fugir do risco e a comprar títulos de dívida, fazendo os "yields" caírem. "Não há boas notícias. Os mercados estão a ficar feios", disse Michael Brown, analista estratégico da Pepperstone, acrescentando: "Uma mudança de política, seja por parte da Casa Branca ou da Fed, é o que o mercado deseja. Mas nenhum dos dois, por enquanto, parece especialmente provável".



07.04.2025

Dívida alemã emerge como ativo seguro no meio do caos bolsista

Os juros das Bunds alemãs a dez anos destacam-se esta manhã, com um alívio de 10,6 pontos-base para uma taxa de 2,467%.

O movimento mostra que os investidores estão a fugir das ações para as obrigações, numa altura em que a guerra comercial está a fustigar os mercados financeiros. Por outro lado, há uma aposta do mercado em mais cortes de juros por parte do Banco Central Europeu.

Ainda pela Zona Euro, a rendibilidade da dívida francesa decresceu 5,4 pontos-base para 3,276%. Já os juros de Itália cederam 1,5 pontos para 3,751% .

Na Península Ibérica, os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, aliviaram 4,7 pontos-base, para 3,111%. Em Espanha a "yield" da dívida com o mesmo vencimento caiu 4,6 pontos, para 3,224%.

Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, seguiram a mesma tendência e caíram 1,9 pontos-base para 4,430%.

07.04.2025

Ouro cai para o nível mais baixo em três semanas

O ouro cede a esta hora 0,60% para 3.020,06 dólares por onça.

Esta segunda-feira, os preços do ouro caíram para o seu níveis mais baixo em mais de três semanas, continuando a regredir no contexto de um alargado "market sell-off", enquanto os investidores se desfazem do ouro para cobrir perdas noutros ativos, devido aos receios de uma recessão global na sequência da crescente guerra comercial em curso por causa das tarifas de Donald Trump.

Na passada sexta-feira o ouro caiu mais de 3%. O Banco Central da China deu conta de ter adicionado ouro às suas reservas em março, pelo quinto mês consecutivo, aumentando a sua aposta no metal precioso enquanto ativo "seguro" face ao aumento dos riscos geopolíticos e comerciais.   

Mas não só o ouro sentiu este impacto. Os mercados de metais tiveram um arranque de semana turbulento, com o cobre a cair mais de 7% para o valor mais baixo desde 2023 em Londres, antes de voltar a subir 3%. Quanto ao alumínio, parece agora querer recuperar depois de 13 dias de quedas.

Os metais estão "sob pressão significativa, enquanto o mundo se prepara para uma possível recessão com as  tensões geopolíticas muito intensificadas a ameaçar a procura", disse Sabrin Chowdhury, especialista em matérias-primas BMI - Fitch Solutions. "A forte probabilidade de uma queda severa na procura dos metais num cenário de guerra comercial total, manterá os preços dos metais sob pressão nas próximas semanas."  

07.04.2025

Retaliação da China às tarifas mergulha Ásia no vermelho. Hang Seng tomba 12%

Na primeira sessão da semana, as ações asiáticas registaram a pior queda intradiária em 16 anos. A fuga aos ativos de risco para ativos-refúgio da semana passada parece estar a transitar para esta semana, enquanto as consequências das tarifas impostas pelo Presidente dos EUA se agravam depois de a China ter "contra atacado".

Logo após Donald Trump ter visado a China com tarifas de 34%, Pequim não tardou em responder na mesma moeda, medida que piorou o sentimento do mercado. Para além de taxas recíprocas, Pequim prometeu defender a sua economia, incluindo com estímulos para reforçar o consumo.

Na China, o Shangai Composite registou mínimos de fecho de cinco anos, ao recuar mais de 7%. Já o Hang Seng tombou 12% e tocou o valor mais baixo de fecho em 16 anos.

No Japão, o primeiro-ministro Shigeru Ishiba anunciou que iria aos EUA o mais rápido possível para negociar um acordo com Trump sobre as tarifas. O Nikkei 225 e o Topix a afundarem 7,83% e 7,79%, respetivamente. Este último índice fechou mesmo em mínimos de oito meses.

Já a bolsa de Taiwan, o Taiex, registou a maior queda de sempre, ao recuar perto de 10%. Na Austrália, o S&P/ASX 200 cedeu 4,3% - o nível mais baixo em 16 meses.

Pela Europa, o cenário não deverá ser melhor. Os futuros europeus indicam um recuo, com o Euro Stoxx 50 a derrapar mais de 4% para mínimos de quase 10 anos. Esta segunda-feira, os ministros da União Europeia com a pasta do Comércio analisam impacto e resposta às tarifas gerais e a Comissão Europeia vai apresentar uma proposta para retaliar contra as tarifas de 25% sobre aço e alumínio. 

07.04.2025

Petróleo cai a pique com corte de preço na Arábia Saudita e guerra comercial

Arábia Saudita derrubou esta segunda-feira o petróleo, ao ter reduzido drasticamente o preço do seu crude de referência, naquela que foi a maior redução em mais de dois anos, pressionando ainda mais a negociação desta matéria-prima, que - com a uma guerra comercial aberta em vigor, vai já no seu terceiro dia consecutivo de perdas. 

Durante a madrugada, o Brent - utilizado na Europa - chegou mesmo a recuar quase 4% para 63,01 dólares por barril, o valor mais baixo em quatro anos, antes de recuperar parte das perdas, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os Estados Unidos - rondava os 60 dólares. Pelas 07h30 de Lisboa, o Brent ainda caía 3,08% e o WTI 2,94%.

"Os mercados começam a semana ainda no meio do pânico", afirmou, citada pela Bloomberg, Vandana Hari, fundadora da Vanda Insights, em Singapura. "Ninguém se atreve a prever o fundo do poço" ou "a travar o tsunami de vendas".


O petróleo — tal como outras matérias-primas industriais e agrícolas, bem como ações — tem registado quedas acentuadas, à medida que a vaga de tarifas dos EUA e as retaliações da China abalam o apetite pelo risco. As perdas do crude foram agravadas pela decisão inesperada da aliança OPEP+ de aumentar a produção mais do que se antecipava. A combinação de riscos para a procura com um aumento da oferta reacendeu os receios de um excedente global.

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