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Esquemas de corrupção da Petrobras espalhados pela Eletrobras e outras empresas internacionais

Até agora, Lula da Silva não está a ser investigado. Mas o procurador do Ministério Público brasileiro admite que, havendo factos, será investigado como qualquer outro. Subornos de 2,1 mil milhões de dólares? Uma estimativa "conservadora".

Bloomberg
Diogo Cavaleiro diogocavaleiro@negocios.pt 24 de Junho de 2015 às 10:26

Samsung Heavy Industries, Skanska, Maersk e Rolls-Royce Holdings. Estas são quatro das cerca de dez empresas externas ao Brasil que o procurador do Ministério Público daquele país acredita terem estado envolvidas nos esquemas de corrupção da Petrobras, cujo escândalo está a investigar. Mas também há uma outra empresa brasileira que se encaixa nesse leque: a Eletrobras.

 

Esteve na corrida pela EDP em 2011, perdendo para a chinesa Three Gorges. É a Eletrobras, empresa eléctrica brasileira. Segundo disse à Reuters o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, a Eletrobras construiu grandes infra-estruturas, como barragens, em que há indícios de corrupção. 

Tirando a Maersk, que defende que combate a corrupção, as outras empresas referidas na entrevista à Reuters não fizeram comentários à agência de informação. 

 

O escândalo da Petrobras rebentou devido à Operação Lava Jato, com a suspeita de pagamentos de subornos e desvios de dinheiro. Em causa está o papel de grandes construtoras brasileiras, nomeadamente na cobrança de encargos acima do preço de mercado à petrolífera, distribuindo depois o excesso por empresários e políticos.


São ainda desconhecidas todas as conclusões das averiguações no Brasil. "Há ainda muitas acusações a caminho", comenta o procurador brasileiro na entrevista à Reuters, onde diz esperar que a mesma se mantenha por mais dois anos.

 

Na última semana, foram detidos preventivamente o presidente de duas construtoras: Odebrecht e Andrade Gutierrez. Neste último caso, o presidente, Otávio Azevedo, foi administrador da PT. Carlos Fernando dos Santos Lima não tem dúvidas: as duas construtoras "lideravam" um "cartel" que usou a Petrobras. Ambas têm negado estas acusações.

 

"Conservadora". Esta é a palavra escolhida pelo procurador do Ministério Público brasileiro para classificar a estimativa de 2,1 mil milhões de dólares (1,9 mil milhões de euros).

 

Lula não está a ser investigado

 

Em termos políticos, o procurador que está a liderar o processo defende que o antigo presidente Lula da Silva e as suas ligações ao presidente da Odebrecht não estão a ser investigados.

 

"Até esta altura, o antigo presidente não faz parte da investigação. Tudo o que temos até agora são notícias que saíram na imprensa. O facto é que, se houver indícios, vamos investigá-lo como qualquer outro", disse Santos Lima na entrevista à Reuters.

 

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