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Lula: "Não tem uma viva alma mais honesta do que eu"

A conferência do ex-presidente surge dias depois de ter sido noticiado que Nestor Cerveró, ex-director da área internacional da Petrobras, admitiu à justiça que Lula da Silva estava directamente envolvido em esquemas de suborno.

Lula "fica por perto"
Negócios 20 de Janeiro de 2016 às 17:16
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Lula da Silva, ex-presidente do Brasil, rejeita as acusações de corrupção e de desvio de verbas públicas que pesam directamente sobre o seu partido, o Partido dos Trabalhadores, mas é ainda mais enfático quando se fala das suspeitas que sobre si recaem: "Não tem uma viva alma mais honesta do que eu". A resposta foi dada nesta quarta-feira, 20 de Janeiro, durante um encontro com "blogueiros" que organizou no Instituto Lula.

"Se tem uma coisa que eu me orgulho, neste país, é que não tem uma viva alma mais honesta do que eu. Nem dentro da Polícia Federal, nem dentro do Ministério Público, nem dentro da igreja católica, nem dentro da igreja evangélica. Pode ter igual, mas eu duvido", disse Lula.


Formalmente, Lula não é alvo da operação Lava Jato, a maior investigação contra a corrupção já realizada no Brasil e que deteve antigos aliados seus, quadros históricos do PT, como José Dirceu, ex-ministro chefe da Casa Civil, e João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do partido – ambos estão presos em Curitiba, base da operação Lava Jato.

Lula já depôs na Polícia Federal na condição de "informante", disse. "Não existe nenhuma acção penal contra mim, o próprio [Sérgio] Moro [juiz que conduz as acções da Lava Jato na primeira instância] disse que eu não sou investigado", afirmou. "Em respeito ao depoimento que eu fiz na Polícia Federal e no Ministério Público, não acho que exista nenhuma possibilidade de acção penal, a não ser que seja uma violência contra tudo o que existe neste País." "Duvido que tenha um promotor, delegado, empresário que tenha a coragem de afirmar que eu me envolvi em algo ilícito."

A conferência do ex-presidente surge dias depois de ter sido noticiado que Nestor Cerveró, ex-director da área internacional da Petrobras, terá admitido à justiça que Lula da Silva lhe deu um alto cargo na empresa pública para agradecer o "apoio" que este lhe havia prestado num esquema de liquidação de dívidas do Partido dos Trabalhadores ao banco Schahin. O ex-director da Petrobras terá ainda afirmado que Lula da Silva recebeu, em 2006, 11,2 milhões de euros da petrolífera angolana Sonangol para financiar a campanha que lhe deu a reeleição.

A confirmar-se, Cerveró é o primeiro delator a envolver directamente Lula no enorme esquema de corrupção que está a ser investigado no âmbito da operação Lava Jato. Outros detidos já haviam implicado o antigo Presidente (assim como a actual, Dilma Rousseff) em alegadas manobras de desvio ilegal de fundos da petrolífera, mas de forma implícita.

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