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Caso Lava Jato: Polícia brasileira prende CEO do BTG Pactual e senador Delcídio do Amaral

A polícia federal brasileira prendeu esta quarta-feira o presidente executivo do BTG Pactual, accionista da operadora Oi, o senador Delcídio do Amaral e o seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira. Segundo a revista Veja, é a "primeira vez que um senador é preso no exercício do mandato". Acções do banco de investimento perdem 19% na bolsa de São Paulo.

Reuters
25 de Novembro de 2015 às 10:43
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O Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil ordenou esta quarta-feira, 25 de Novembro, a prisão do presidente executivo do BTG Pactual, André Esteves, do senador Delcídio do Amaral, líder do governo no Senado, e do seu chefe de gabinete Diogo Ferreira.

Segundo a revista brasileira Veja, a decisão do STF ocorre por "suspeitas de que o senador estivesse obstruindo as investigações sobre o escândalo do petrolão". 

A Veja destaca que esta é a primeira vez que um senador é preso no exercício do seu mandato. O Supremo Tribunal Federal suspeita que "Delcídio teria coagido o ex-director da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, indicado por ele na petrolífera, a não dar detalhes sobre o esquema de corrupção na Petrobras". "O senador chegou a oferecer meios para que o ex-dirigente fugisse do país. Cerveró chegou a negociar um acordo de delação premiada, mas não obteve sucesso", acrescenta a revista. 

Nas investigações, o nome de Delcídio Amaral foi citado pelo delator Fernando Baiano. Este revelou que o senador terá recebido até 1,5 milhões de reais em subornos na negociação da compra da refinaria de Pasadena no Texas. Este dinheiro terá sido utilizado na campanha de Delcídio ao governo do Mato Grosso do Sul em 2006.

A Folha de São Paulo acrescenta, por seu lado, que "André Esteves estaria envolvido nas irregularidades". André Esteves terá participado num "plano de fuga para tirar o ex-director da Petrobras Nestor Cerveró do país e, assim, evitar sua prisão". "Segundo relato do ministro do STF Teori Zavascki a colegas, Esteves teria proposto bancar os 4 milhões de reais da operação. O valor serviria também para excluir o banqueiro da delação de Cerveró, ainda de acordo com relatos de Teori", prossegue a Folha de São Paulo.

O jornal conta ainda que o "pagamento seria feito por meio de contratos simulados entre um dos advogados de Cerveró, Edson Ribeiro, com o banco BTG, do qual Esteves é o principal sócio. Ribeiro, por sua vez, repassaria o dinheiro para a família de Cerveró, ainda de acordo com o relato de Teori a ministros do Supremo".

Até ao momento, a assessoria de imprensa do banco de investimento BTG ainda não comentou a prisão de André Esteves, avança a agência Bloomberg.


Na Veja, o responsável pela área de mercados da revista, Geraldo Samor, escreve que a prisão de André Esteves, "um banqueiro sempre tido como muito próximo do Governo federal", vai "gerar ondas de choque no mercado financeiro". "Causa preocupação o que pode acontecer com o BTG, um banco de investimentos de grande porte, com presença global, sócios internacionais, acções listadas na bolsa, e cujo maior accionista e CEO é, agora, investigado pela Lava Jato. Em Junho deste ano, a mera menção a Esteves num bilhete de Marcelo Odebrecht causou uma queda forte na acção do banco", recorda Geraldo Samor. Hoje, a prisão de André Esteves já levou as acções a perderem 19%, a maior queda desde que o banco de investimento entrou em bolsa em 2012.

No início de Outubro, o BTG, contratado pela Oi em Setembro para avaliar potenciais parceiros num cenário de fusão com a TIM, revelou estar em negociações com o grupo LetterOne, do milionário russo Mikhail Fridman, para avançar com o processo de consolidação entre as duas empresas. 


(Notícia actualizada às 12:25 com a negociação das acções do BTG Pactual e às 13:00 com mais informações sobre o envolvimento de André Esteves)

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