O banqueiro brasileiro André Esteves já não está em prisão domiciliária e a imprensa brasileira especula sobre a possibilidade deste voltar a liderar o BTG Pactual, banco que controlava até ser detido no âmbito da operação Lava Jato, que ainda tem uma participação no capital da Oi e que teve uma intervenção no processo de venda da PT à Altice.

A revogação do "recolhimento domiciliar integral" foi decidida ao de segunda-feira, 25 de Abril, por um juiz do Supremo Tribunal Federal na sequência de um pedido entregue pela defesa do banqueiro.

O banqueiro foi preso em Novembro de 2015, após ter sido citado por Delcídio do Amaral. Segundo o então membro do PT e chefe do governo de Dilma Rousseff no Senado, André Esteves teria oferecido 1,5 milhões de reais a Nestor Cerveró para que este antigo director da Petrobras não envolvesse o banco num acordo de denúncia premiada com a justiça

O banco tem sido um dos fiéis assessores financeiros da Oi, mas em Março reduziu a sua posição na empresa de telecomunicações, passando a deter menos de 5% do capital da empresa controlada pela Andrade Gutierrez, também a contas com a justiça brasileira.

O BTG Pactual foi o principal banco assessor financeiro da Oi no aumento de capital de 2014, ainda concretizado por Zeinal Bava, e que incluiu a integração dos activos da PT na operadora brasileira. O BTG Pactual foi também quem intermediou a negociação para a venda da PT Portugal à Altice, tendo, mesmo, um dos seus responsáveis, Marco Gonçalves, vindo à assembleia-geral da PT, em Janeiro deste ano, defender essa venda por parte da Oi. Além de assessorar o aumento de capital, foi um dos principais investidores nesse processo. O BTG Pactual foi ainda o banco escolhido pela Oi - que manteve o banco no processo mesmo depois da prisão de André Esteves - para liderar as negociações para uma eventual consolidação de operadoras no Brasil que, recentemente,sofreu um revés com a TIM (Telecom Italia Mobile) a afastar-se do processo.