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Ligações de Sócrates à brasileira Odebrecht estão sob investigação

Sócrates terá intercedido em negócios em Portugal, Angola, Argélia, Venezuela e Brasil para favorecer o grupo Lena mas também a construtora brasileira Odebrecht, próxima de Lula, escreve o jornal "i". Já a revista brasileira "Veja" noticia que a justiça suíça está na posse de dados que ligam a corrupção na Petrobras a "estrangeiros", precisamente por intermédio da Odebrecht.

Miguel Baltazar/Negócios
Negócios 27 de Janeiro de 2015 às 12:17

A teia de ligações de José Sócrates sob investigação na Operação Marquês está longe de esgotar-se na Octapharma, no grupo Lena e em Carlos Santos Silva. Passa por Nova Iorque, Argélia, Angola, Venezuela e pelo Brasil, e passa por Lula da Silva, ex-presidente brasileiro, e pela construtora brasileira Odebrecht, dona da Bento Pedroso Construções que integrou uma série de consórcios que venceram obras públicas durante os anos em que Sócrates foi primeiro-ministro.

 

A informação é avançada nesta terça-feira pelo jornal "i", que a remete para a investigação que está a ser conduzida pelo Ministério Público português e que sustenta indícios de corrupção sobre o ex-primeiro-ministro que não se esgotam no favorecimento de empresas do grupo Lena.

 

O jornal lembra que a Odebrecht  convidou o ex-presidente do Brasil a festejar os seus 25 anos em Portugal em Outubro de 2013, o que coincidiu com a publicação do livro de Sócrates que foi apresentado por Lula da Silva.

 

Há uma semana, a revista brasileira "Veja" noticiava que o Ministério Público suíço está a cooperar com a justiça brasileira no mega-esquema de corrupção instalado no Petrobras, que envolve as grandes construtoras do país e, na primeira linha, o Partido dos Trabalhadores (PT) de Lula e de Dilma Rousseff. A revista escrevia que os suíços estão na posse de dados do banco UBS que sugerem a teia de corrupção montada a partir da estatal petrolífera não envolveu apenas brasileiros, mas também "estrangeiros" que intermediaram pagamentos feitos precisamente pela Odebrecht.

 

"Documentos bancários colhidos nos últimos seis meses pelo Ministério Publico da Suíça com instituições financeiras como o UBS apontam que o esquema de corrupção da Petrobras não envolveu apenas brasileiros, mas também contou com estrangeiros que actuaram como intermediários e operadores nos pagamentos e transferências de recursos. A suspeita é de que esses estrangeiros também estejam envolvidos nos pagamentos que podem ter saído da empreiteira Odebrecht e que o esquema utilizado para as transferências foi ainda mais amplo".

 

A Odebrecht nega ter pago "luvas". "Todos (os contratos com a Petrobras foram) conquistados de acordo com a lei de licitações públicas. A empresa reitera que está, como sempre esteve, à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento", afirmou então a construtora em comunicado.

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