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José Sócrates assume ter pedido ao vice-presidente angolano para receber amigo e o grupo Lena

Em respostas por escrito à SIC, o ex-primeiro-ministro, José Sócrates, assume ter intercedido junto do vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, para que recebesse o seu amigo Carlos Santos Silva e um administrador do Grupo Lena. Fê-lo, acrescenta, "para ajudar uma empresa portuguesa".

Negócios 03 de Fevereiro de 2015 às 21:30
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José Sócrates, que se encontra em prisão preventiva desde Novembro, voltou a responder por escrito a um conjunto de perguntas feitas por um órgão de comunicação social. Desta feita foi a vez da SIC que teve direito a onze respostas, onde o ex-primeiro-ministro volta a contestar a sua prisão preventiva.

 

Nessas respostas, o ex-primeiro-ministro assumiu que intercedeu junto do vice-presidente angolano, Manuel Vicente, para que este recebesse Carlos Santos Silva, o amigo da Covilhã que está igualmente em prisão preventiva, e um administrador do grupo Lena.

 

"É verdade que, já neste último Verão, vários anos depois de ter saído do Governo, num almoço com o meu amigo Carlos Santos Silva e um dos administradores do Grupo Lena, foi-me perguntado e pedido se podia diligenciar para que essa empresa fosse recebida pelo sr. vice-presidente de Angola", assume José Sócrates, acrescentando ter acedido. "Acedi ao pedido por mera simpatia e fiz esse contacto com gosto, sem nenhum interesse que não fosse ajudar uma empresa portuguesa, como, aliás, fiz com outras".

 

Tendo sido novamente questionado sobre a ligação ao Grupo Lena, José Sócrates garante: "Nunca, em nenhuma circunstância, durante todo o tempo em que exerci funções governativas, tomei qualquer iniciativa, directamente ou através de terceiros, para favorecer as empresas do Grupo Lena ou do meu amigo Carlos Santos Silva".

 

Acrescenta, ainda, que "não tenho nada que ver com a vida empresarial dele, ele nunca me pediu nada enquanto fui membro do Governo. A nossa relação fraterna é pessoal, não é profissional".

 

Em relação ao grupo Lena, Sócrates diz ter conhecido administradores seus em comitivas empresariais, tendo estado com eles em encontros sociais. "Tenho por eles e pelo seu grupo empresarial a maior consideração mas nunca, em todo o tempo em que fui membro do Governo, nem eles, nem ninguém por eles, me pediram seja o que for".

 

Sem que lhe fosse perguntado, Sócrates aproveita as respostas para dizer que o projecto do Grupo Lena de construção de casas na Venezuela foi feito no âmbito de um acordo comercial entre os dois países em 2010, que abrangia várias empresas. "O Governo português, como é prática na política de diplomacia económica, empenhou-se na concretização desse projecto da mesma forma que se empenhou noutros, sem qualquer discriminação ou favorecimento".

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