Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Congresso autoriza Dilma a "recalcular" meta orçamental

Sob intenso protesto da oposição e após 18 horas de discussão e muita confusão, o Governo brasileiro obteve luz verde do Congresso e do Senado para retirar o investimento e os benefícios fiscais das contas públicas deste ano. Desta forma, a meta de excedente orçamental será formalmente cumprida. Se não o fosse, Dilma poderia enfrentar um processo de destituição.

36.º - Dilma Rousseff
Presidente do Brasil sinaliza a importância do país para a economia e empresas portuguesas.
04 de Dezembro de 2014 às 17:53
  • ...

Ao cabo de vários dias que somaram 18 horas de discussão, e sob intenso protesto da oposição, o Congresso e o Senado do Brasil aprovaram na madrugada desta quinta-feira, 4 de Dezembro, o diploma que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014. Com esta alteração de última hora, o Governo de Dilma Rousseff pode descontar das contas públicas o essencial dos investimentos realizados ao abrigo do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as perdas de receita geradas por incentivos fiscais. O pedido de alteração, inédito, resulta do facto de, em ano de eleições, o Governo ter acumulado até Setembro o maior défice primário desde 1997, quando prometia chegar ao fim do ano com um excedente primário equivalente a 1,9% do PIB para poder abater parte da dívida. 

 

A oposição liderada pelo PSDB considera que se trata de um manifesto atropelo às regras de boa gestão pública, que compromete a credibilidade da economia brasileira  e que visa apenas evitar que a presidente Dilma Rousseff responda por descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, o que, no limite, poderia desencadear um processo de destituição, ou "impeachment".

 

Os partidos da base do governo – PT, PMDB e PP – argumentam, porém, que a lei evita que o governo tenha que fazer cortes radicais em todas as áreas e programas para alcançar a poupança prevista inicialmente.

 

Para garantir votos suficientes, Dilma Rousseff apresentou em paralelo um decreto que liberta 748 mil reais em emendas parlamentares para cada deputado e senador, condicionado porém a sua aprovação à alteração da LDC. Essa estratégia acabou por gerar ainda mais protestos, com deputados e senadores a acusarem o Governo de chantagem e de lhes estar a pôr um preço. Aloysio Nunes Ferreira, líder no Senado do PSDB, acusou a maioria dos parlamentares de agir como cúmplices. "Os senhores vão pagar caro por esse voto desastroso para a economia do Brasil. As consequências serão dramáticas".

A votação do texto chegou a estar prevista para esta terça-feira, mas a sessão foi adiada devido a tumultos nas galerias do plenário.

 

Joaquim Levy, o novo ministro indicado para a pasta das Finanças, garante que as contas públicas do país regressarão aos trilhos. "O objectivo imediato do governo, da Fazenda, é estabelecer uma meta de excedente primário para os três próximos anos que seja compatível com a estabilização e o declínio da dívida bruta em relação ao PIB". Essa meta, disse, deverá ser de 2% do PIB a partir de 2015. "Alcançar essas metas é fundamental para um aumento da confiança e criará bases para a retoma do crescimento da economia e da evolução dos avanços sociais", disse.

Ver comentários
Saber mais Congresso Senado do Brasil Lei de Diretrizes Orçamentárias Governo de Dilma Rousseff Programa de Aceleração do Crescimento Governo PSDB Dilma Rousseff PT PMDB Aloysio Nunes Ferreira Joaquim Levy economia negócios e finanças parlamento
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio