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Dilma Rousseff pede aos brasileiros paciência face a medidas de ajuste orçamental

A Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, pediu, este domingo, compreensão aos brasileiros face ao ajuste orçamental delineado para resgatar a economia, com a inflação no nível mais elevado da década e um défice recorde nas contas públicas.

09 de Março de 2015 às 06:52
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A chefe de Estado aproveitou a alocução na rádio e na televisão a propósito do Dia Internacional da Mulher para transmitir informações sobre a situação do país, que, segundo alegou, não têm sido difundidas de forma adequada pelos meios de comunicação social.

 

Dilma Rousseff admitiu que o Brasil atravessa sérias dificuldades, mas atribuiu-as à crise económica mundial e à grave seca que afecta várias zonas do país – a pior dos últimos 30 anos, à qual imputou o aumento dos preços de alimentos e das tarifas da electricidade.

 

Assegurou que o Governo, por via de redução de impostos e da concessão de incentivos, tem vindo a absorver todos os custos e os efeitos negativos da crise, mas que chegou o momento "de dividir parte desse esforço com todos os sectores da sociedade".

 

"Vocês têm todo o direito de se irritarem e de se preocuparem, mas peço-vos paciência e compreensão porque esta situação é passageira", disse, referindo-se às medidas de ajuste social que o Governo anunciou, como a restrição de alguns direitos laborais, cortes nos gastos públicos e a eliminação de reduções de impostos concedidas às empresas.

 

Dilma Rousseff assegurou que o Brasil tem fundamentos económicos e sólidos que lhe permitirão superar os "problemas temporários" rapidamente, estimando que o resultado das medidas poderá ser visto já no segundo semestre.

 

Acrescentou que até agora o Brasil tem enfrentado com êxito uma crise que afectou gravemente grandes economias, como a dos Estados Unidos, União Europeia e Japão, e que reduziu para metade o crescimento da economia chinesa.

 

Após reiterar que o Governo absorvia todos os efeitos negativos da pior crise económica internacional desde a depressão de 1929 para preservar os empregos e salários, Dilma Rousseff assegurou que ninguém poderia prever que se prolongaria por tanto tempo e que foi agravada por uma "grave crise climática".

 

Afirmou, por isso, ser chegado o momento de a sociedade também assumir a sua parte, instando à compreensão relativamente aos ajustes.

 

Segundo a governante, o Brasil adoptou um novo método para combater a crise com "soluções mais adequadas para o momento actual", apesar de "isso significar alguns sacrifícios temporários para todos e críticas injustas e desmedidas ao Governo".

 

Frisou ainda que as duras medidas se afiguram necessárias para sanear as contas públicas, gerar emprego e para garantir que a economia brasileira retoma a senda do crescimento.

 

Após a desaceleração do ano passado, a economia brasileira pode sofrer uma contracção de 0,50% em 2015, segundo os mais recentes cálculos de analistas. A confirmar-se esse cenário será o pior resultado dos últimos 25 anos.

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