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Gestor do BNP Paribas terá reduzido bónus de mulheres para favorecer homens

Em causa está uma alegada instrução, em 2019, para se reduzir 60% dos bónus das mulheres e distribuí-los entre os homens com cargos de liderança.

BNP Paribas almeja alinhar o financiamento à estratégia de sustentabilidade dos seus clientes.
Christian Hartmann/Reuters
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É a segunda vez que Stacey Macken avança com um processo judicial contra o BNP Paribas - e na primeira, venceu. Desta vez, o alvo é o gestor Frederic Zorzi, que Macken diz ter cortado os bónus das mulheres que trabalham no banco para, com esse montante, reforçar o dos homens.

Em 2019, Stacey Macken, gestora de serviços de corretagem, venceu em tribunal, ao conseguir provar que recebia significativamente menos que os colegas do sexo masculino. Recebeu, por isso, uma compensação de 2 milhões de libras (2,37 milhões de euros, ao câmbio atual) e tornou-se a primeira pessoa a forçar uma grande instituição financeira a fazer uma auditoria sobre igualdade salarial, que foi publicada no ano passado.

A Bloomberg avança agora que Macken deu entrada com um novo processo contra o banco francês, desta vez não só em nome próporio - denuncia que Frederic Zorzi, agora diretor global de mercados primários, disse aos gestores do BNP Paribas para cortarem 60% dos bónus das mulheres da sua equipa em 2019 e distribuí-los entre os homens com cargos de liderança. A informação, com base em provas recolhidas por duas funcionárias do banco à data dos factos, não identificadas, consta de documentos que foram apresentados na semana passada num tribunal de trabalho, indica a Bloomberg.

Uma destas funionárias, que já não está no BNP, diz ter visto os emails em que Zorzi dá esta instrução aos líderes masculinos. Outra funcionária terá confrontado Zorzi, que, em resposta, aumentou a sua nota de desempenho -  esta trabalhadora diz ter feito, na altura, uma queixa contra  gestor.

O banco assegura ter feito uma investigação interna na altura, mas diz que nunca encontrou tais emails. "Não foram encontradas provas de má conduta e por isso nenhum processo disciplinar foi instalado", disse o banco em comunicado, citado pela Bloomberg. Frederic Zorzi não respondeu a pedidos da agência para comentar o caso.

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