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Economistas antecipam para o Brasil a maior recessão em 25 anos

O banco central estima que o PIB brasileiro tenha caído 1,9% no segundo trimestre deste ano. Economistas consultados antecipam recessão anual em torno de 2% e nova quebra em 2016. A confirmarem-se estas projecções, o Brasil está a caminho de viver a maior recessão em 25 anos.

Reuters
19 de Agosto de 2015 às 19:29
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O banco central brasileiro estima que o PIB do país tenha sofrido uma contracção em cadeia de 1,89% no segundo trimestre deste ano, em resultado de um agravamento da retracção no investimento e no consumo. É o terceiro trimestre consecutivo de quebra do PIB, que no trimestre anterior havia encolhido 0,88%, depois de um recuo de 0,45% nos três últimos meses de 2014.

O banco central divulgou igualmente esta quarta-feira, 19 de Agosto, os resultados dos inquéritos que regularmente realiza junto de um painel de economistas e que apontam para uma nova degradação das expectativas. Nos cálculos dos economistas, o PIB brasileiro deve encolher 2,01% neste ano e 0,15% no próximo. Se estas projecções se confirmarem, o Brasil terá registado a pior recessão em 25 anos, apenas comparável à vivida em 1990 aquando do Plano Collor, quando a economia caiu 4,3% enquanto a inflação se escrevia com quatro dígitos. O crescimento dos preços duplica actualmente a meta do banco central, mas está na casa dos 10%.

Nas últimas semanas, duas das maiores agências de notação financeira baixaram o "rating" do Brasil deixando os títulos de dívida emitidos pelo Governo à beira de classificação de investimento especulativo, ou lixo. Por detrás das decisões da Moody's e da Standard & Poor’s está o desempenho económico mais fraco do que o esperado, a subida da despesa pública e a ausência de consenso político sobre as reformas, o que impedirá o governo de alcançar um excedente primário suficientemente elevado para conter e inverter a crescente tendência de aumento da dívida pública.

 

O Brasil está a ser sacudido por um enorme escândalo de corrupção,que está a ser deslindado no âmbito da investigação Lava Jato, com epicentro na petrolífera Petrobras e ramificações nas principais construtoras do país e nos três partidos da base do governo: PT, PP e PMDB. 

Neste domingo, milhares de brasileiros voltaram a manifestar-se contra a corrupção e pedindo a saída de Dilma Rousseff, que recebe nesta quinta-feira Angela Merkel. A chanceler alemã estará dois dias no Brasil em visita oficial.

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