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Bruxelas diz que notícias sobre mortes de migrantes são "francamente chocantes"

A Comissão Europeia referiu-se às mortes de migrantes registadas nos últimos dias como notícias "francamente chocantes". Bruxelas realça que esta não é uma crise da Áustria ou de Itália, mas europeia e que por isso "exige uma resposta europeia colectiva".

Reuters
27 de Agosto de 2015 às 20:01
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A União Europeia está "chocada" com as mais recentes notícias sobre as mortes de migrantes. Num comunicado conjunto divulgado esta quinta-feira, 27 de Agosto, Frans Timmermans (na foto à esquerda), primeiro vice-presidente da Comisssão, e Dimitris Avramopoulos (na foto à direita) comissário europeu para a Migração e Assuntos Domésticos, sublinham que "a crise migratória não está a acontecer num qualquer local longínquo, está a acontecer mesmo à nossa frente".

 

Esta quinta-feira, as autoridades austríacas encontraram pelo menos 20 migrantes mortos (o balanço não é definitivo, podendo este número chegar aos 50) no interior de um camião frigorífico abandonado, possivelmente há já vários dias, em plena auto-estrada daquele país.

 

A chanceler alemã, Angela Merkel, citada pelo Corriere della Sera, afirmou que "estamos todos perturbados pela notícia arrepiante sobre os refugiados mortos no camião". Merkel, que está em Viena para participar numa cimeira dos países dos Balcãs ocidentais, cujo tema principal passa pela necessidade de cooperação daqueles países tendo em vista o controlo dos fluxos migratórios para o espaço comunitário, garante ser chegado o momento de a Europa demonstrar "solidariedade" e "encontrar soluções".

 

Na última quarta-feira, um navio sueco ao serviço da Frontex, agência responsável pelo controlo das fronteiras externas da Europa, localizou e resgatou uma embarcação ao largo do mar líbio, já próximo do canal da Sicília, onde se encontravam 50 migrantes mortos por asfixia devido aos gases libertados pelo motor do barco. Esta operação permitiu, ainda assim, salvar a vida a 400 migrantes.

 

No comunicado da Comissão, Timmermans e Avramopoulos classificaram estes eventos de "francamente chocantes" e pegando nas palavras do chanceler austríaco, Werner Faymann, garantem que "não podemos continuar assim". "Isto não é uma crise austríaca, não é italiana, nem francesa, nem alemã, nem grega ou sequer húngara. Isto é uma crise europeia que exige uma resposta europeia colectiva", concluem.

A 20 de Abril, no seguimento de um naufrágio no Mar mediterrâneo que resultou na morte de cerca de 800 migrantes que tentavam chegar a solo europeu, a União Europeia decidiu adoptar uma "acção conjunta" para enfrentar a crise migratória no Mediterrâneo. Depois, Bruxelas anunciou que iria triplicar o orçamento do programa de busca e salvamento no "Mare Nostrum" (Triton) e reforçar a capacidade da agência Frontex.

 

Nos encontros dos ministros do Interior da União, ficou também estabelecido que a UE iria tentar resolver o problema na origem, especificando a Líbia onde o vazio de poder resultante da queda do coronel Kadhafi fez daquele território uma zona de livre-trânsito para o tráfico de seres humanos. Entretanto, os líderes europeus definiram uma quota para cada país da União que estabelece o número de refugiados a colher. No entanto, o número de refugiados e pedidos de asilo cresce a cada dia que passa:  Em 2014, o número de pedidos de asilo foi de 626.065, um número bem superior aos 435.190 pedidos registados em 2013. Tratou-se do valor mais alto desde 1992.

 

No comunicado conjunto hoje divulgado, os responsáveis europeus prometem tomar mais medidas nos próximos dias e apelam a que todos os países europeus adoptem as medidas propostas pela Comissão.

 

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