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Líderes europeus decidem receber 40 mil refugiados mas sem quotas obrigatórias

Os chefes de Estado e de Governo dos 28 países da União Europeia concordaram repartir entre si 40.000 refugiados da Síria e Eritreia, nos próximos dois anos, mas com base em quotas voluntárias.

Reuters
26 de Junho de 2015 às 03:41
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Os líderes europeus tiveram na quinta-feira uma "longa discussão" sobre a estratégia para lidar com os migrantes que tentam chegar à Europa, afirmou em conferência de imprensa o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.

 

O tom subiu mesmo em alguns momentos, nomeadamente aquando da discussão da proposta da Comissão Europeia de quotas obrigatórias, segundo a qual cada país teria de acolher um número previamente definido de migrantes. O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, fez mesmo uma intervenção num tom zangado: "Ou vocês estão solidários ou não nos façam perder o nosso tempo", afirmou perante os colegas europeus.

 

Além de Itália, também Hungria, Polónia e Grécia se posicionaram do lado das críticas aos países mais reticentes em mostrar solidariedade com aqueles que têm de fazer face à chegada em larga escala de migrantes que atravessam o Mediterrâneo à procura de uma vida melhor na Europa.

 

O método de repartição dos migrantes será agora discutido e decidido em Julho pelos Ministros do Interior, anunciou ainda Donald Tusk.

 

Fonte diplomática indicou à Lusa que a posição do Governo português é de que deve haver efectivamente solidariedade, mas é necessário negociar a ponderação dos critérios para a atribuição de quotas.

 

De acordo com a proposta da Comissão Europeia apresentada em Maio, o número de refugiados a acolher por país é determinado com base no Produto Interno Bruto (PIB), na população total e ainda na taxa de desemprego e nos refugiados. Por este método, Portugal assumiria 1.701 refugiados ao abrigo do mecanismo de realocação e 704 pessoas pelo mecanismo temporário de reinstalação.

 

Além dos 40 mil refugiados da Síria e da Eritreia, que a UE irá acolher nos próximos dois anos, serão ainda reinstalados 20 mil refugiados que estão fora da Europa em situações de emergência, sobretudo no norte de África, no Corno de África e no Médio Oriente, no total de 60 mil migrantes ao abrigo dos mecanismos hoje aprovados, disse por sua vez Jean-Claude Juncker na conferência de imprensa que marcou o final dos trabalhos do primeiro dia do Conselho Europeu.

 

Mais de 100 mil pessoas entraram clandestinamente na União Europeia desde o início do ano pelo Mediterrâneo ou pela Turquia, segundo a agência europeia Frontex.


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