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Juncker: "Estou cansado. Quando estamos cansados, não tomamos boas decisões"

No fim do primeiro dia do Conselho Europeu, Donald Tusk disse esperar que o Eurogrupo de sábado conclua o processo de negociações entre a Grécia e os seus credores, não antevendo outra cimeira europeia sobre esta questão. Já Juncker revelou estar cansado e que não se tomam boas decisões nessas circunstâncias.

Reuters
26 de Junho de 2015 às 03:54
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"Partilhamos o mesmo destino", disse o presidente da Comissão Europeia na madrugada de sexta-feira, dirigindo-se aos jornalistas presentes. "Estiveram aqui até às 3h da manhã [hora de Bruxelas, mais uma do que em Lisboa], como eu", referiu Jean-Claude Juncker, elencando as reuniões sucessivas em que esteve presente esta semana.

 

"Ontem [quarta-feira] foi das 12h às 3h da manhã e depois de novo hoje às 9h da manhã, para em seguida estar presente no Conselho Europeu. Não é um método de trabalho adequado. Nem para vocês nem para nós. Acordei exausto. Estou cansado. Quando estamos cansados, não tomamos boas decisões e não gosto deste método de trabalho, que me perturba e me impede de dormir como o comum dos mortais", declarou, visivelmente fatigado.

 

Por isso mesmo, afirmou que, esta sexta-feira, findo o Conselho Europeu, reportará melhor tudo o que há a relatar. Isto para que a mensagem da Comissão Europeia seja bem entendida.

 

Nos últimos dias, recorde-se, têm-se sucedido muitos encontros, reuniões do Eurogrupo e cimeiras a nível europeu, muito à conta do impasse entre a Grécia e os seus credores, numa altura em que se aproxima a data-limite (30 de Junho) para Atenas pagar ao FMI os cerca de 1,6 mil milhões de euros que tem de reembolsar a título cumulativo das quatro parcelas devidas este mês.

 

E foi precisamente com uma referência a essa sobrecarga de horas de trabalho – só o primeiro dia do Conselho Europeu durou 12 horas [das 15h de quinta-feira às 2h de sexta-feira (hora de Lisboa] e a reunião será retomada pelas 9h de manhã - que Juncker fez a sua nota introdutória na conferência de imprensa desta madrugada.

 

Referindo-se aos refugiados, disse que o acordo alcançado – que 40 mil pessoas sejam relocalizadas e 20 mil reinstaladas – permitirá dar uma perspectiva de vida a 60 mil pessoas e que isso é o essencial da proposta da Comissão Europeia.

 

"A Comissão vai tudo fazer para que a proposta legislativa que foi feita se mantenha em cima da mesa do legislador e que se chegue a um sistema definitivo", acrescentou, sublinhando que o que importa são os 60 mil e não 28 – "e isto vai fazer-se, seja de forma voluntária ou obrigatória".

 

Juncker disse aos jornalistas que aceitaria apenas uma pergunta para poder ir dormir logo de seguida [risos na sala], mas acabou por responder, bem como Tusk, a mais algumas questões.

 

Donald Tusk falou também sobre a questão dos refugiados, dizendo que os líderes da União Europeia concordaram que 40.000 pessoas serão relocalizadas da Grécia e de Itália para outros Estados-membros ao longo dos próximos dois anos.

 

Sobre o Reino Unido, assinalou que David Cameron apresentou os seus planos para um referendo sobre a manutenção ou saída do país da União Europeia e que esse foi o primeiro passo num processo demorado. "Voltaremos a este assunto em Dezembro", disse.

 

Relativamente à Grécia, o presidente do Conselho Europeu sublinhou que não está prevista outra cimeira europeia, sendo de esperar que o Eurogrupo "conclua este processo" na sua reunião de sábado.

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