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Líderes europeus negam chantagem com Atenas mas lembram que o tempo está a acabar

Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, lembrou que o dia de amanhã "é crucial" não só para a Grécia, como também para a Zona Euro, e confessou-se "bastante optimista", ainda que não "excessivamente optimista".

Reuters
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Jean-Claude Juncker e Donald Tusk garantiram, esta sexta-feira, que os parceiros europeus não estão a fazer chantagem política com Atenas quando recordam, dia após dia, que o tempo da Grécia está a terminar.

Os presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu, respectivamente, reagiam às declarações de Alexis Tsipras que, no final da Cimeira Europeia, acusou os credores de fazerem "chantagem" com o seu Governo.

"Não é chantagem política quando repetimos, dias após dia, que estamos muito próximos do dia em que há ‘game over’. Isto é um facto. A próxima terça-feira é um dia crítico", afirmou Donald Tusk, na conferência de imprensa que decorreu em Bruxelas, no final da Cimeira Europeia.

O presidente do Conselho Europeu alertou ainda para a necessidade de haver respeito entre as partes. "Como só temos três dias, é muito importante que nos respeitemos uns aos outros, porque é muito fácil perder tudo só devido a emoções e a intenções políticas. E estou a falar de todas as partes", sublinhou Tusk.

Além de chantagem, o primeiro-ministro grego acusou os credores de fazerem ultimatos e colocarem em risco os princípios fundadores da União Europeia como a democracia, a solidariedade, a igualdade e o respeito mútuo. Uma denúncia que mereceu comentários do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.  

"Não existiram ultimatos e é anti-europeu dar a impressão, ao povo grego, de que isto é um ultimato. E é anti-europeu não ouvir os outros", respondeu o político luxemburguês.

Juncker lembrou que o dia de amanhã "é crucial" não só para a Grécia, como também para a Zona Euro, e confessou-se "bastante optimista", ainda que não "excessivamente optimista".

"O BCE e o FMI acordaram uma posição comum das três instituições. Os nossos amigos gregos explicaram algumas das suas divergências em relação à proposta [dos credores]. Claramente, haverá uma discussão amanhã no Eurogrupo", antecipou Juncker. No entanto, o presidente da Comissão Europeia fez questão de esclarecer que se trata apenas "de uma posição comum" e não de uma situação de "pegar ou largar".

Conselho Europeu vai mesmo avançar com a criação de um mercado único digital

As discussões levadas a cabo pelos líderes europeus nos últimos dois dias, em Bruxelas, deixaram "claro" que é necessário avançar com a construção de um mercado único digital. Na conferência de imprensa que se seguiu ao final das conversações, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, lembrou que "não temos um mercado único nos serviços digitais".


Depois das conversações "ficou absolutamente claro que temos de construir um mercado único digital na União Europeia", declarou Donald Tusk.

De acordo com a Comissão Europeia, o mercado único digital europeu deverá assentar em três pilares essenciais: garantir um melhor acesso dos consumidores e das empresas aos bens e serviços digitais; criação de condições de concorrência equitativas no sentido do desenvolvimento de redes digitais e de serviços inovadores nesta área; e assegurar a optimização do potencial de crescimento do sector da economia digital.

Em relação ao relatório sobre o aprofundamento da integração europeia, mediante a consolidação da sua construção política, que foi elaborado pelos cinco presidentes das instituições europeias, Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia e a quem coube a apresentação do projecto, revelou que o mesmo "foi recebido de forma simpática" pelos líderes europeus. Juncker reiterou que é necessário "aprofundar a união económica e monetária".

De acordo com informações disponibilizadas pela AFP ainda durante a última madrugada, a questão da imigração voltou a dividir os líderes europeus, com o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, a mostrar-se agastado perante as posições assumidas por alguns dos seus homólogos.

Tanto Juncker como Tusk confirmaram hoje que o debate em torno da crise migratória "foi muito difícil". O político polaco disse mesmo que este foi "um dos Conselhos Europeus mais difíceis" de que tem memória. Tusk notou ainda que "talvez devido ao meu conservadorismo, acredito que as palavras têm consequências políticas".

Em causa está a divergência entre os 28 vários Estados-membros da União no que concerne à proposta de introdução de quotas para o acolhimento de requerentes de asilo. A discussão manteve-se acesa devido à escolha de uma entre duas palavras: "obrigatória ou voluntária", explicou o próprio Donald Tusk.

Apesar de a Comissão Europeia pretender que haja uma obrigação por parte dos Estados-membros na gestão e partilha dos fluxos migratórios que acedam a solo europeu, acabou por prevalecer a palavra "voluntário". Ou seja, o acolhimento de imigrantes e a atribuição de asilo será voluntária, cabendo a cada Estado decidir se e qual o número de imigrantes que está disposto a aceitar nas suas fronteiras. 

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