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Tsipras lembra que a UE não foi fundada com base em ultimatos
À saída do Conselho Europeu que terminou esta sexta-feira, o primeiro-ministro grego lembrou que entre “os princípios fundadores da União Europeia” não estão nem “chantagem nem ultimatos”. Alexis Tsipras afiança que o seu governo vai “lutar em nome dos europeus e, claro, em nome dos gregos”.
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Foi com um tom grave que o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, se dirigiu aos jornalistas no final do Conselho Europeu que decorreu esta quinta e sexta-feira em Bruxelas. Depois de o Eurogrupo da passada quinta-feira ter redundado em novo fracasso, e confrontado com a incapacidade para se encontrar uma solução para a crise grega, Tsipras proclamou que "os princípios fundadores da União Europeia foram a democracia, a solidariedade, a qualidade e o respeito mútuo".
Numa crítica à atitude negocial assumida pelas instituições credoras, o também líder do Syriza sublinhou que aqueles "princípios não foram baseados em chantagem e ultimatos". Confrontado com a possibilidade de não chegada a acordo com os credores e perante o aproximar de 30 de Junho, dia em que vence o pagamento de quase 1,6 mil milhões de euros de obrigações gregas detidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), Alexis Tsipras vincou que "em particular nestes momentos cruciais, ninguém tem o direito de pôr em risco estes princípios".
Também no final do Conselho Europeu de hoje, o presidente desta instituição, o polaco Donald Tusk, dizia que "não é chantagem política quando repetimos, dias após dia, que estamos muito próximos do dia em que há ‘game over’". "Isto é um facto. A próxima terça-feira é um dia crítico", notou Tusk.
No entanto, Alexis Tsipras assegura que "o governo grego vai continuar, decididamente, a lutar a favor destes princípios".
"Continuaremos a lutar em nome dos europeus e, claro, em nome dos gregos", atirou, antes de voltar costas a caminho de Atenas onde esta noite se reunirá, de emergência, o Conselho de Ministros grego para tentar definir os próximos passos a adoptar no âmbito das conversações com as instituições credoras.
Este sábado os ministros das Finanças da Zona Euro voltam a encontrar-se para tentar encontrar uma solução para o impasse nas negociações. Já foi assumido que a última proposta apresentada pelos credores será a base negocial para a ronda de amanhã, a quinta no espaço de 10 dias e a quarta na última semana.
O ministro grego das Finanças. Yanis Varoufakis, assegurou entretanto que Atenas não firmará um acordo que seja considerado "inviável" para as autoridades helénicas. O que significa que o Executivo grego, depois das concessões já feitas relativamente às exigências dos credores, pretende salvaguardar a defesa de algumas das "linhas vermelhas" estabelecidas durante a campanha eleitoral para as eleições legislativas de 25 de Janeiro último.