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Passos Coelho confirma que está a ser trabalhada extensão de seis meses do programa grego

O primeiro-ministro confirmou que a proposta em cima da mesa passa pela extensão do programa grego por mais seis meses, vincando esperar que possa chegar-se a um acordo este sábado. Passos revelou que devido à crise grega não foi possível discutir "de forma mais aprofundada como seria desejável" o relatório sobre o aprofundamento da união monetária.

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26 de Junho de 2015 às 14:03
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A possibilidade que está neste momento a ser discutida como solução para a crise grega passa pelo prolongamento por mais seis meses do programa de assistência grego em curso e que termina na próxima terça-feira, 30 de Junho, dia em que também vence a devolução de quase 1,6 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI). A confirmação foi feita por Passos Coelho numa conferência de imprensa que se seguiu ao final da Cimeira Europeia. 

 

No final do encontro do Conselho Europeu que decorreu esta quinta e sexta-feira em Bruxelas, o primeiro-ministro português, Passos Coelho, confirmou que os líderes europeus receberam a confirmação das instituições (FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) de que estava a ser trabalhada "a possibilidade de haver uma extensão por seis meses do programa grego".

 

Passos Coelho notou que o objectivo passa, primeiro, por fechar o actual programa, cuja quinta e última avaliação, lembrou, continua pendente desde Agosto do ano passado, para então tratar a "sustentabilidade da dívida grega e o financiamento ulterior" do país. 

Tendo em conta que agora a possibilidade de ser alcançado um acordo está nas mãos do Eurogrupo, Passos Coelho explicou que já foi tomada uma decisão política sobre a Grécia quando foi dada "uma nova oportunidade para que se pudesse concluir convenientemente o programa grego". A conclusão do segundo memorando negociado entre Atenas e a então troika permanece pendente da validação da quinta e última avaliação ao seu cumprimento. 

 

Contudo, apesar do prolongar das conversações em torno da crise grega, o primeiro-ministro notou que a informação reportada ao Conselho Europeu foi a de que "houve uma flexibilização significativa oferecida pelas instituições". No entender de Passos Coelho, mais do que medidas específicas, aquilo que continua a separar as partes envolvidas nas negociações é a "falta de garantias de que o programa poderá ser bem-sucedido". Passos Coelho crê ser "possível alcançar um acordo" este sábado na reunião dos ministros das Finanças do euro.

Já em relação às críticas que o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, fez a propósito de hipotéticos benefícios concedidos a Portugal e à Irlanda no âmbito do cumprimento dos respectivos memorandos, Passos garantiu que não houve qualquer tipo de benefícios: "A Grécia tem revelado outros problemas que não surgiram em Portugal nem na Irlanda. A situação de cada um dos países é muito diferente". 

Passos Coelho lamenta que relatório sobre aprofundamento da Zona Euro tenha ficado aquém do desejado

 

Concluído o Conselho Europeu que tinha também em agenda temas como a discussão da crise migratória, designadamente no Mediterrâneo, ou as ameaças terroristas à segurança europeia, o primeiro-ministro português lamentou que o relatório dos cinco presidentes das instituições europeias sobre o aprofundamento da integração europeia tenha ficado aquém do desejado pelo Governo.

 

Trata-se de um relatório, que foi agora apresentado pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e que contém propostas como a criação de um Conselho Orçamental Europeu Consultivo, de um mecanismo de estabilização orçamental ou ainda a criação de um Tesouro europeu. Passos Coelho disse ter sinalizado que "o relatório, apesar de conter vários pontos positivos, fica aquém do nível de ambição que desejávamos para a Zona Euro".

 

O chefe do Governo português voltou a defender ser "indispensável" criar um Fundo Monetário Europeu que possa, por exemplo, respaldar os choques e perturbações com que o bloco do euro se venha a deparar no futuro.

 

Estes dois dias de reunião dos líderes europeus tinham "o propósito de discutir de forma mais alargada o relatório dos cinco presidentes sobre o aprofundamento da união monetária", explicou ainda Passos Coelho que lamentou, de seguida, que "a situação em torno das negociações com a Grécia não tenha permitido que essa discussão pudesse ocorrer de forma mais aprofundada, como seria desejável".

 

Ainda assim, Passos adiantou ter ficado decidido que "o Conselho Europeu regressará depois a esta questão".

(Notícia actualizada às 15h)

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