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Fitch: Conversações muito prolongadas aumentam os riscos para a Grécia

A agência de notação financeira diz que as contínuas conversações entre o Governo grego e os seus credores testemunham a vontade política de se chegar a um acordo, mas que a lentidão do processo intensifica os principais riscos para o perfil da dívida soberana helénica e para os seus bancos.

26 de Junho de 2015 às 15:24
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A Fitch considera positiva a vontade política manifestamente expressa entre Atenas e os seus credores, reflectida nas sucessivas reuniões que se têm realizado na tentativa de chegar a um acordo para descongelar a próxima tranche (7,2 mil milhões de euros) do programa de resgate e assim a Grécia poder garantir o reembolso de 1,6 mil milhões de euros ao FMI no final deste mês (valor total das quatro parcelas devidas em Junho e que o governo helénico pediu para pagar de uma só vez no dia 30).

 

No entanto, adverte a agência num relatório divulgado esta sexta-feira, a lentidão das conversações e a natureza muitas vezes conflituosa do debate são um contra: com efeito, sublinha, "aumentam os riscos-chave para o perfil da qualidade do crédito da Grécia e para os seus bancos".

 

"A ausência de um acordo, até à data, aumentou o risco de a Grécia não conseguir pagar ao Fundo Monetário Internacional no dia 30 de Junho, intensificando assim o risco de que se proceda ao controlo de capitais", sublinha o documento.

 

A Fitch refere também que o rating atribuído à dívida de longo prazo da Grécia – que é de CCC, oitavo nível de ‘lixo’ [correspondente à categoria especulativa] – "significa que o incumprimento no pagamento das obrigações soberanas é uma possibilidade real".

 

Além disso, destaca também que a mesma classificação de CCC que atribui à banca grega reflecte as pressões em matéria de financiamento e liquidez, bem como o risco material que se coloca à qualidade dos activos e à sua solvência, "sendo nossa percepção que o risco de falência nestes bancos é uma possibilidade real".

 

Mesmo assumindo que se chega a um acordo, é improvável que a Grécia volte a ter acesso aos mercados de financiamento no fim da extensão do segundo programa de ajuda financeira, avisa a Fitch. "O forte debate em torno das reformas fiscais e de pensões, a acesa retórica que por vezes acompanhou as discussões desta semana e a oposição do povo grego à austeridade sugerem que negociar um terceiro programa (ou equivalente) será um grande desafio, colocando-se os riscos recorrentes de perda de confiança entre a Grécia e os seus credores oficiais", sublinha a agência de rating.

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