Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

DBRS corta "rating" da Grécia para "CC"

Após a revisão em baixa da Fitch na terça-feira, agora foi a vez da DBRS. A agência justifica a decisão o fim das negociações, após a marcação do referendo, mas também com o incumprimento face ao FMI.

01 de Julho de 2015 às 11:44
  • 1
  • ...

A DBRS anunciou esta quarta-feira a revisão em baixa da notação financeira para a Grécia. Passou de "CCC" para "CC", um nível considerado "altamente especulativo", sendo que, abaixo deste, só existe a classificação de "C" e "D". Além disso, a agência explica que a avaliação está "sob revisão com implicações negativas".

 

"O corte foi impulsionado pela recente quebra nas negociações entre a Grécia e os seus credores, acerca do programa de apoio financeiro", explica o Comité de "Ratings" da DBRS, liderado por Alan Reid, na nota emitida esta quarta-feira, 1 de Julho. Isto porque, explica, o referido programa seria a solução para "a grave crise de liquidez da Grécia".

 

A agência de notação financeira aponta ainda que, "na ausência de apoio financeiro com termos incondicionais, a saída da Grécia da Zona Euro e um incumprimento face ao sector privado é cada vez mais provável". Por isso, avisa, "se a Grécia falhar um pagamento de bilhetes do Tesouro ou de obrigações detidas pelo sector privado, ou estiver próximo disso, a DBRS irá atribuir um "D" (incumprimento), ou um "SD" (incumprimento selectivo".

 

"Se a Grécia e os seus credores chegarem a acordo sobre um apoio financeiro que garanta as necessidades de financiamento do país, no âmbito de um programa de estabilização, a DBRS irá provavelmente tirar a notação de ‘sob revisão com implicações negativas’", acrescenta ainda.

 

Mas a explicação para o corte no "rating" não fica por aqui. "A segunda razão é que, após a comunicação do referendo, o Conselho de Governadores do Banco Central Europeu anunciou a 27 de Julho que, em vez de aumentar o limite máximo para a Assistência de Liquidez de Emergência (ELA) aos bancos gregos, iria mantê-lo" nos 89 mil milhões de euros, diz a DBRS. Uma decisão que, devido à corrida aos depósitos, obrigou o Governo helénico a decretar um encerramento dos bancos até ao referendo.

 

Além disto, o comunicado realça que, a 30 de Junho, a Grécia falhou o pagamento de 1,6 mil milhões de euros ao FMI. "A menos que novas fontes de financiamento se materializem no curto prazo, a DBRS espera que a Grécia falhe pagamentos adicionais", aponta. O Comité da agência explica ainda que, apesar de "não classificar como incumprimento" o não pagamento a instituições como o FMI, isso "sinaliza uma deterioração na qualidade do crédito".

 

Nesse sentido, a DBRS relembra que a Grécia enfrenta vários obstáculos ao longo de Julho. É que no dia 8 desse mês, "a Grécia planeia vender bilhetes do Tesouro (BT) a 26 semanas, a 10 de Julho terá que refinanciar dois mil milhões de euros em BT, a 14 de Julho terá que reembolsar 85 milhões de euros em obrigações denominadas em ienes e, a 17 de Julho, enfrenta o pagamento de milhões em juros de obrigações a três anos".

 

Ainda na terça-feira, 30 de Junho, a Fitch também reviu em baixa a notação financeira para a Grécia. Passou de "B-" para "CCC", um nível que traduz um "risco de crédito substancial". Isto porque a agência considera provável que haja um incumprimento no pagamento das obrigações soberanas detidas por credores privados.

Ver comentários
Saber mais rating Grécia DBRS dívida obrigações mercado de dívida mercados
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio