A Moody’s cortou em um nível o rating da dívida de longo prazo da Grécia, de Caa2 para Caa3, que corresponde ao nono nível do chamado lixo (categoria especulativa), e colocou-a para revisão, avisando que poderá descer ainda mais a notação soberana.

A justificar estão os mais recentes desenvolvimentos da crise helénica, com a marcação de um referendo sobre as propostas dos credores, e o controlo de capitais decretado no país (os bancos e a bolsa só reabrem depois da consulta popular do próximo domingo), bem como o não pagamento do montante devido, no dia 30 de Junho, ao Fundo Monetário Internacional.

A Moody’s receia um ‘default’ da Grécia, considerando que esta não conseguirá reembolsar os privados que detêm dívida soberana se não houver apoio dos credores.

Também esta quarta-feira a agência canadiana DBRS desceu a classificação da dívida soberana grega, de CCC para CC, que é um nível considerado altamente especulativo. Abaixo deste patamar, só existe a classificação de C e D.

A agência justificou a decisão com o congelamento das negociações entre Atenas e os seus credores internacionais até à realização do referendo de 5 de Julho, bem como com o não pagamento dos cerca de 1,6 mil milhões de euros devidos ao FMI por conta das quatro parcelas do mês de Junho. A DBRS adiantou ainda que a avaliação da dívida soberana helénica está "sob revisão com implicações negativas".

Na terça-feira também a Fitch anunciou um corte, tendo reduzido em dois níveis a classificação da dívida de longo prazo da Grécia, de B- para CCC, colocando-a assim no oitavo nível de lixo (categoria especulativa), uma vez que considera provável um incumprimento no pagamento das obrigações soberanas detidas por credores privados.

Um dia antes, na segunda-feira, tinha sido a vez da Standard & Poor’s, que desceu a notação da Grécia CCC para CCC-, ficando a apenas dois níveis de ser considerada em incumprimento. O grau CCC- corresponde ao nono nível de lixo, numa categoria em que se considera que existe um elevado risco de incumprimento e em que a capacidade de pagamento depende de condições favoráveis e sustentáveis.

Existe ainda mais um nível, o CC, dentro desta categoria. Abaixo disso, entra em "default", com um elevado risco de incumprimento, podendo deixar de haver capacidade integral de pagamento e com poucas perspectivas de recuperação do investimento ou dos juros.

Além disso, tanto a Fitch como a S&P cortaram também esta semana os ratings do Banco Nacional da Grécia, Piraeus, Eurobank Ergasias e Alpha Bank, colocando-os em incumprimento restrito (ou selectivo, ou parcial). 

(notícia actualizada às 22h58)