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S&P corta "rating" para a Grécia e diz que impacto de "Grexit" será contido

A marcação do referendo levou ao corte da notação financeira da S&P para a Grécia em um nível. A agência atribui agora uma probabilidade de 50% a um 'Grexit', mas prevê que o impacto na Zona Euro será contido.

Bloomberg
02 de Julho de 2015 às 14:23
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A Standard & Poor’s reduziu o "rating" para a dívida grega de "CCC" para "CCC-", atribuindo uma perspectiva "negativa". A agência de notação financeira justifica a decisão com a rejeição das propostas dos credores e consequente marcação do referendo, que elevaram, agora, a probabilidade de uma saída da Grécia da Zona Euro para 50%. Ainda assim, o impacto nas restantes economias da Zona Euro deverá ser contido.

 

"Acreditamos agora que a probabilidade de a Grécia sair da Zona Euro aumentou para cerca de 50%, após a decisão do Governo, durante o fim-de-semana, de rejeitar as propostas de empréstimos dos credores oficiais e de, em vez disso, agendar um referendo nacional sobre se devem ser aceites os termos das propostas", escreve a S&P, numa nota divulgada esta quinta-feira, 2 de Julho.

 

A acontecer, o "Grexit" "teria consequências severas na economia grega, nos seus bancos e nas empresas não financeiras", defende a agência de notação financeira. Os responsáveis da S&P apontam que "a Grécia perderia permanentemente o acesso ao financiamento do Banco Central Europeu", além de que "o sistema de pagamentos grego iria encerrar e os bancos não seriam capazes de operar".

 

"O valor da dívida pública e privada denominada em euros, medida na nova moeda, iria aumentar, já que depreciaria face ao euro, exacerbando, assim, a situação", acrescenta a S&P. Por outras palavras, "o fardo da dívida iria aumentar fortemente". Como consequência, conclui, "nos dois anos após a saída [da Zona Euro], o produto interno bruto da Grécia iria encolher 25%".

 

Impacto contido na Zona Euro

Se na Grécia as consequências seriam severas, os restantes países da união monetária podem ficar tranquilizados. "Acreditamos que o impacto de um ‘Grexit’ no resto da Zona Euro seria algo contido", consideram os especialistas da agência de notação financeira. "A Grécia é uma economia pequena e tradicionalmente mais fechada que os pares pequenos do bloco", aponta a S&P, pelo que, mesmo com uma redução de 50% das importações no ano seguinte à saída, a procura pelas exportações da Alemanha, França e Itália iria apenas recuar entre 0,3% e 0,5%.

 

"Não obstante, poderia potencialmente afectar, no início, os mercados de capitais, causando uma subida dos juros da dívida, especialmente para as economias da periferia vistas pelos mercados como mais vulneráveis orçamentalmente", dizem os especialistas. Quanto ao ‘rating’ dos países da Zona Euro, a S&P conclui que "um ‘Grexit’ não deverá ter qualquer impacto negativo imediato, graças à mais robusta arquitectura do apoio financeiro actualmente em prática na Zona Euro".

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