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Brilho do ouro ofusca cada vez mais. Metal aproxima-se dos 2.510 dólares

O metal amarelo chegou aos 2.509,74 dólares por onça esta sexta-feira. Os dados mais recentes sobre a economia norte-americana deram ainda mais força ao metal que rompeu ainda hoje a barreira dos 2.500 dólares.

Reuters
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O melhor dia do ano para o ouro colocou o metal a negociar em terreno nunca antes alcançado na sua história. Primeiro tocou os 2.495 dólares por onça, depois os 2.500 dólares e chegou mesmo a alcançar os 2.509,75 dólares por onça, desafiando as estimativas dos analistas que indicavam ser necessário um novo catalisador para fazer brilhar ainda mais o metal.

Desde o início do ano, o ouro já ganha mais de 21%, tendo alcançado máximos históricos já em julho nos 2.483,73 dólares. Segue agora a somar 2,14% para 2.509,34 dólares por onça.

A impulsionar o ouro está um alívio das "yields" da dívida norte-americana a dez anos, de referência, a aliviar 3,2 pontos base para 3,881%. Também o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da moeda norte-americana face a 10 divisas rivais - recua 0,53% para 102,436 pontos, adensando as perdas já registadas ao longo da sessão e caminhando para a quarta semana consecutiva de perdas. 

Mas o catalisador da tarde acabou por ser um indicador do mercado imobiliário nos Estados Unidos, de construção de casas novas, que caiu em julho para mínimos pós-pandemia, ficando abaixo do estimado. Estes dados revitalizaram as expectativas de um corte de juros rápido e "agressivo" pela Reserva Federal em setembro, de 50 pontos base, que tinham abrandado após indicadores de que a maior economia mundial continua resiliente. 

A dúvida sobre a dimensão de um corte de juros pela Fed tem persistido com os dados económicos ainda a oferecerem pouca previsibilidade. De qualquer modo, uma flexibilização da política monetária seria positiva para o ouro, que não remunera juros.

Os investidores em ouro "são normalmente mais propensos a pensar que a Fed vai ser mais agressiva na frente de acomodação da política monetária", comentou à Bloomberg Bart Melek, analista da TD Securities. Melek mostra-se otimista com o alinhamento do cenário macroeconómico e dos banqueiros centrais e considera que o ouro poderá chegar aos 2.700 dólares por onça.

Ainda a sustentar a valorização do metal estiveram "os conflitos geopolíticos em curso e a potencial escalada através do envolvimento do Irão, bem como a guerra na Ucrânia, são fatores que contribuem para a procura de ouro como ativo refúgio", descreveu à Reuters Evertt Millman, analista da Gainesville Coins.

Os últimos números dos pedidos de subsídio de desemprego e as vendas a retalho nos Estados Unidos restauraram a confiança dos investidores na economia norte-americana. Um cenário de recessão nos EUA foi justamente um dos fatores que levou as bolsas por todo o mundo a fortes quedas no início de agosto.

Na próxima semana o mercado vai centrar atenções nas atas da última reunião de política monetária da Fed, em julho, em que o Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) optou por manter as taxas diretoras inalteradas pelo décimo segundo encontro consecutivo. Também na mira estará a participação de Jerome Powell, presidente da Fed, no Simpósio Económico em Jackson Hole, uma pequena vila montanhosa no estado do Wyoming.

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