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O sistema de crachás do Conselho Europeu. E as cores que dão acesso a cada piso

O sistema de pins, crachás e distintivos é complexo. Mas é assim que se sabe quem pode ir onde, no edifício do Conselho Europeu. E depois ainda há o sistema de cores. Se tiver o dourado, está bem no topo da cadeia de acessos.

Reuters
Negócios 25 de Junho de 2015 às 20:10
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À chegada ao edifício Justus Lipsius, em Bruxelas, para o conselho europeu de dois dias com início esta quinta-feira, os 28 líderes da União Europeia não precisaram de um crachá. Em vez disso, receberam um pin que lhes dá acesso a todas as áreas, incluindo uma sala de segurança a que podem recorrer num caso de extrema emergência.

 

Todos os restantes envolvidos no Conselho Europeu recebem um crachá. E é a cor desse crachá que determina o seu grau de "superioridade": quantas portas pode abrir e a quais andares do edifício tem acesso. A cor ‘ouro’, por exemplo, dá acesso até ao 80º andar – que, dependendo de como se faz a contagem, é na verdade o 7º andar. E é o mais longe que se pode ir e onde se pode querer estar, pois é onde as coisas se decidem. Mas o privilégio mais importante é ter acesso às refeições VIP. Sem ‘ouro’, nada feito.

 

Como tudo o resto em Bruxelas, existe uma estrutura de poder que não só é complexa como também tem um código de cores. O The Guardian explica como funciona.

 

Nas reuniões do Conselho Europeu, os crachás de acesso normal ao edifício – mesmo os dos diplomatas – não funcionam. Todos os participantes recebem crachás emitidos especialmente para o efeito e o tipo de distintivo é que define a que zonas do edifício – e a que reuniões – pode aceder. O número de crachás atribuído às delegações de cada país é previamente estabelecido, podendo o total variar ligeiramente.

 

Regressemos às cores. Se tiver o dourado – e, por isso, acesso ao 80º andar – tem direito ao jantar VIP e uma das suas características é que não se pode escrever anotações. Um regime de confidencialidade ainda mais apertado aplica-se a este andar do edifício e é aqui que esta noite David Cameron apresentará os seus planos de renegociação dos termos da presença do Reino Unido na União Europeia como membro.

 

Os embaixadores e os seus assistentes têm um crachá vermelho. Uma peculiaridade deste sistema de cores no Conselho Europeu é a de que as anotações durante as reuniões são frequentemente feitas numa sala à parte.

 

Um nível abaixo, temos os crachás azuis e cinzentos - que são usados pelos membros das delegações e pelo pessoal administrativo. Estes passam a maior parte do tempo no 50º andar, onde se encontram as salas de reuniões, salas das delegações e sala da presidência.

 

As cores que se seguem são mais ‘complexas’. A par com os crachás normais, as delegações de cada país recebem também um determinado número de distintivos (os chamados ‘floaters’) que usam em junção com os crachás. Estes funcionam como bónus temporários: os participantes com um ‘floater’ detêm temporariamente um estatuto superior, que perdem quando têm de entregar esse distintivo.

 

Um ‘floater’ dourado é usado em combinação com os crachás vermelhos ou azuis e permitem o tão cobiçado acesso ao 80º andar. Cada delegação recebe, habitualmente, dois destes ‘floaters’.

 

O ‘floater’ vermelho em forma de L só funciona em conjunção com um crachá azul e dá acesso à sala de estar dos líderes. O ‘floater’ unicamente vermelho também pode ser usado a par com um crachá cinzento, mas só permite que se vá ao 50º andar.

 

Na base deste sistema estão os crachás para os motoristas, bem como os amarelos, que dão acesso às zonas dos briefings e salas de imprensa.

 

Se tem um crachá e der consigo perdido no edifício Justus Lipsius, eis um lembrete elaborado pelo The Guardian para saber onde está tudo:

 

Andar 02: Entrada VIP. Fica nas traseiras do edifício e é por onde pode seguir a caravana de veículos.

 

Andar 00: Entrada Schuman. É a entrada principal.

 

Andar 0X: Consagrado à zona de imprensa, sendo que cada andar tem um determinado número de ‘salas nacionais para briefings à imprensa’ que são usadas nos dias de actividade normal e nos dias de Conselho Europeu. Nos dias em que há Conselho Europeu, as conferências de imprensa de maior dimensão passam para o 20º andar.

 

Andar 10: Escritórios, salas de reuniões, zonas técnicas.

 

Andar 20: Escritórios, salas de reuniões, zonas técnicas.

 

Andar 35: Centro de conferências. Normalmente os Conselhos dos comités de representantes permanentes de nível I são realizados neste piso.

 

Andar 50: Reuniões dos comités de representantes permanentes de nível II – que são compostos por assistentes dos embaixadores, por um responsável de topo da Comissão Europeia, por um membro do gabinete privado do chefe do secretariado do Conselho de Ministros e por um membro do departamento jurídico do Conselho. São também aqui realizadas as sessões formais do Conselho Europeu. Este piso também dá acesso aos gabinetes do presidente e tem uma sala onde podem ser escritas anotações enquanto os embaixadores se reúnem na sala ao lado. Tem também um bar.

 

Andar 60: Escritórios e mais salas de reuniões.

 

Andar 70: Salas das delegações dos Estados-membros – complexos normalmente compostos por quatro a cinco salas, incluindo uma sala VIP mais pequena, uma secretaria e espaços de reunião e de trabalho.

 

Andar 80: Piso para protocolos VIP, com capacidade para pelo menos três eventos de catering em simultâneo, incluindo os almoços e jantares dos Chefes de Estado e de Governo.

 

 

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