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Portugal pode acolher mais do que 1.500 refugiados

A presidente do Conselho Português para os Refugiados (CPR), Teresa Tito de Morais, disse acreditar que Portugal tem capacidade para acolher mais refugiados do que os 1.500 que o Governo se disponibilizou para receber.

Reuters
01 de Setembro de 2015 às 22:21
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"Nós, neste momento, de refugiados que chegam espontaneamente ao nosso país, estamos a acolher 300 nos nossos centros de acolhimento e alojamentos externos. Se houvesse cinco autarquias que acolhessem umas centenas, rapidamente poderíamos acolher mais [do que os 1.500]", observou esta terça-feira, em declarações à imprensa, após uma reunião na Câmara de Olhão.

 

Na sequência do anúncio de que Portugal iria acolher refugiados, a delegação da Fuseta da Cruz Vermelha Portuguesa manifestou ao CPR disponibilidade para usar um terreno seu na Fuseta, em Olhão, no Algarve, para acolher 50 refugiados concentrados na Grécia e em Itália, localização à qual entretanto o presidente da autarquia já se opôs, tendo apresentado outras alternativas no concelho.

 

Embora não disponha de dados concretos, Teresa Tito de Morais estimou que a chegada dos refugiados não deverá acontecer antes dos finais de Outubro", uma vez que falta ainda "uma decisão política" e certezas relativamente ao financiamento do projecto.

 

"Falta a decisão de quando é que chegam estas pessoas, em que condições vêm", afirmou, sublinhando que os refugiados serão distribuídos por vários pontos do país e que o projecto previsto para Olhão terá ainda que passar "pelas autoridades portuguesas e por financiamento da Comissão Europeia".

 

Admitindo que a chegada de 50 pessoas a uma região "pode transtornar" a vida dos residentes, aquela responsável sublinhou que aquelas pessoas "não vêm roubar empregos a ninguém", mas sim, "com necessidade de sobrevivência" e, muitas delas, "a quererem contribuir para o desenvolvimento do país que as acolheu".

 

Durante a reunião de hoje, na qual participou também o director-geral da Cruz Vermelha Portuguesa, Luís Névoa, ficou decidido afastar a localização avançada inicialmente para a construção do centro, na localidade piscatória da Fuseta. "Chegou-se a um consenso de que o terreno na Fuseta não é o mais apropriado pela sua localização", referiu Luís Névoa, acrescentando que a Câmara de Olhão disponibilizou outras alternativas, "com melhores condições".

 

De acordo com o presidente da autarquia, António Pina, a instalação do centro na Fuseta "não se coaduna" com "uma vila que está a desenvolver-se no sentido do turismo". Como tal, a autarquia apresentou dois espaços alternativos, nas freguesias de Quelfes e Pechão, que são fora da cidade "mas próximas da malha urbana", estando ainda em estudo a hipótese de instalação do centro em Moncarapacho.

 

O autarca aproveitou para criticar o Governo, que considera "não ter feito o trabalho de casa", dizendo que a "boa vontade não chega" e que é preciso organização para avançar com o projecto.

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