A Alemanha espera de receber entre 650.000 a 750.000 refugiados este ano, mais do que os 450.000 inicialmente esperados, disse fonte governamental ao jornal local Handelsblatt, numa altura em que muitas cidades argumentam já não ter capacidade para receber mais pessoas e aumentam as hostilidades contra os emigrantes, escreve a Reuters.

Diz o jornal alemão que o ministro do Interior, Thomas Maizière, irá apresentar a nova estimativa na quarta-feira, 19 de Agosto, e que o Governo Federal está "cada vez mais nervoso".

O tema da emigração está no centro do debate político alemão. Numa entrevista à televisão pública ZDF no passado domingo, 16 de Agosto, Merkel dizia que a crise dos refugiados e as guerras nas regiões vizinhas "são temas que nos vão ocupar muito mais" do que a crise na Grécia ou a estabilidade do euro, citou o Expresso.

A chanceler alemã, escreve a Reuters, tem vindo a tentar acalmar os cidadãos alemães que receiam que a vaga de refugiados consuma os seus impostos e lhes retire postos de trabalho.

Desde o início do ano, registaram-se no país 150 ataques a abrigos para refugiados, mais do que em todo o ano de 2014. A líder do Governo alemão e o presidente Joachim Gauck pediram aos alemães que se pare com a intolerância e a hostilidade contra os imigrantes.

A Alemanha é o país que mais recebe refugiados na União Europeia, escreve a Reuters. Estas pessoas fogem da guerra e da violência em regiões como a Síria, Eritreia ou Iraque.

Segundo a agência, quase metade dos refugiados que chegaram à Alemanha na primeira metade do ano alcançaram o continente através do sudeste europeu, mais especificamente, dos Balcãs.