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Bruxelas apoia proposta franco-alemã sobre asilo
Merkel e Hollande pediram resposta "unificada" da Europa à crise migratória. Bruxelas apoia assim a proposta franco-alemã sobre o asilo.
A Comissão Europeia apelou nesta terça-feira, 25 de Agosto, a todos os Estados-membros para que acolham a proposta avançada por Berlim e Paris para a definição de uma política europeia de asilo e também a uma maior solidariedade. Segundo o porta-voz da Comissão Alexander Winterstein, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, François Hollande, apoiaram a "agenda comum de migração".
"Falta agora que todos os Estados-membros adoptem e apliquem as medidas", disse, acrescentando que "a solidariedade e o cumprimento das regras comuns são duas faces da mesma moeda", referindo-se ao compromisso assumido pelos Estados-membros de acolher 40.000 refugiados actualmente na Grécia e na Itália os chamados países de primeira linha.
Por seu lado, a porta-voz para a Administração Interna , Natasha Bertaud, apelou ao apoio à criação - até final do ano - do mecanismo permanente que poderá ser activado em resposta a crises futuras. Em 9 de Setembro, adiantou, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, deverá apresentar, no discurso sobre o estado da UE, novas propostas no âmbito da política para as migrações.
Bertaud esclareceu também que o centro de identificação de migrantes da Catânia (Sicília, Itália) já está operacional e o do Pireu (Grécia) está em preparação.
A Hungria, que poderá tornar-se também um país de primeira linha face ao volume de refugiados que passam as fronteiras do país, recebeu de Bruxelas uma ajuda financeira de oito mil milhões de euros.
Na Grécia e em Itália, os migrantes recém-chegados são conduzidos aos chamados "hot-spots" para serem identificados, e nesses centros é feita uma triagem entre as pessoas que podem solicitar o estatuto de refugiado e os migrantes económicos, cujo repatriamento para os países de origem será quase certo.
A Europa enfrenta um afluxo de migrantes sem precedentes, já qualificado por Bruxelas como a pior crise de refugiados desde a II Guerra Mundial. Segundo números oficiais, 107.500 migrantes chegaram à Europa só em Julho, o triplo das chegadas registadas no mesmo mês de 2014. No total, entre Janeiro e Julho, 340.000 migrantes chegaram à Europa, quase três vezes mais que nos mesmos sete meses de 2014 (123.500).