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Merkel promete mais ajuda para municípios que acolham e integrem refugiados

À chegada ao centro de acolhimento atacado por neonazis, a chanceler alemã foi vaiada por manifestantes que não querem mais migrantes. Este centro já tinha sido visitado por Sigmar Gabriel, número dois do governo e líder do SPD, partido que ontem teve de evacuar a sua sede devido a um alerta de bomba que se revelou falso.

Bloomberg
26 de Agosto de 2015 às 14:54
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A chanceler alemã Angela Merkel prometeu esta quarta-feira, 26 de Agosto, mais ajuda para os municípios alemães que acolham e integrem refugiados. O governo planeia duplicar o financiamento, antecipando a transferência de 500 milhões de euros prevista para 2016, para ajudar algumas cidades alemãs a lidar com um número recorde de refugiados, o que está a alimentar as tensões sociais.

Alemanha é o maior receptor de migrantes na Europa. O anúncio foi feito no âmbito de uma visita da chanceler à localidade de Heidenau onde foi vaiada por manifestantes que não querem mais imigrantes à chegada ao centro de refugiados da cidade, atacado no fim-de-semana por neonazis.

O centro tinha sido já visitado por Sigmar Gabriel, número dois do governo e líder do SPD – parceiro júnior na coligação liderada pela CDU - que ontem teve de evacuar a sua sede devido a um alerta de bomba, alegadamente colocada pela extrema-direita, que se revelou falso.

"É preciso dizê-lo claramente: não há nenhuma tolerância para com aqueles que questionam a dignidade de outras pessoas", afirmou Merkel, voltando a qualificar de repugnante e vergonhosa a violência de manifestantes da extrema-direita registada no fim de semana.

"Quanto mais pessoas tornarem isso claro, no seu trabalho e nas conversas com conhecidos, amigos e familiares, mais fortes e mais capazes seremos de lidar com a tarefa" de acolher refugiados, acrescentou.

 

Do lado oposto da estrada, cerca de 200 pessoas vaiaram Merkel e gritaram frases como "traidora, traidora" e "somos esta gente". A segunda frase é uma referência às palavras ditas na segunda-feira pelo "número dois" do governo, Sigmar Gabriel, que numa visita ao local, referindo-se aos atacantes, afirmou: "Para esta gente só há uma resposta: polícia, justiça e, se necessário, prisão".

 

"Preocupa-te primeiro com os teus", gritou uma idosa na direcção de Angela Merkel, enquanto vários automóveis que passavam na rua buzinavam, respondendo a apelos lançados por grupos extremistas nas redes sociais.

 

Angela Merkel foi recebida pelo primeiro-ministro do Governo da Saxónia, Stanislaw Tillich, e pelo presidente da câmara de Heidenau, Jürgen Opitz, e entrou no centro de refugiados sem fazer declarações, reunindo-se em seguida com funcionários e voluntários.

  

Nas noites de sexta-feira e de sábado passados, dezenas de pessoas ficaram feridas em confrontos que opuseram a polícia a manifestantes de extrema-direita convocados pelo partido neonazi NPD para protestar contra a abertura do centro.

Um forte dispositivo policial mantém-se em volta do centro, recentemente aberto para acolher até 600 refugiados.

 

Os ataques contra centros de refugiados têm-se multiplicado na Alemanha, um dos principais países de acolhimento na Europa.

 

Nos primeiros seis meses de 2015, registaram-se cerca de 200 ataques desse tipo, segundo números do Ministério do Interior.

 

A Alemanha reviu na semana passada em alta a estimativa de refugiados que deverá receber em 2015, elevando-a a 800.000 pessoas, cerca de quatro vezes mais que em 2014.

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