Os cidadãos europeus colocam a imigração no topo das suas principais preocupações (38%), bem acima da situação económica (27%), do desemprego (24%) e das finanças públicas dos Estados-membros (23%), com estes três últimos temas a caírem, em termos de importância conferida, face ao anterior Eurobarómetro.

Os dados divulgados esta sexta-feira, 31 de Julho, mostram que a preocupação com a imigração aumentou 14% em relação ao anterior inquérito e que este é mesmo o problema mais referido em vinte países da União Europeia. Os malteses (65%) e os alemães (55%) são os que mais referem esta questão da imigração, que actualmente está no centro de um conflito entre ingleses e franceses.

Em entrevista à ITV, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que vai proteger o Reino Unido "da praga" de imigrantes que pretendem entrar no país, a partir de Calais (França). Londres vai investir cerca de dez milhões de euros em medidas de protecção para camiões com destino ao Reino Unido, enquanto Paris enviou 120 polícias para ajudar a empresa gestora do Eurotúnel a deter os imigrantes que tentam passar através deste túnel ferroviário, sob o canal da Mancha.

Este inquérito, realizado entre 16 e 27 de Maio de 2015, mostra ainda que há mais europeus a considerar que o impacto da crise sobre o emprego já atingiu o seu pico do que a achar que "o pior ainda está para vir" (48% vs. 42%). Quanto às expectativas dos inquiridos sobre a situação económica nos seus países, quase metade (48%) esperam que a situação se mantenha inalterada nos próximos 12 meses, sendo ligeiramente mais os optimistas (26%) do que os pessimistas (21%), que caem sete pontos face ao inquérito de Novembro.

No que toca ao apoio a uma união económica e monetária com uma moeda única, 57% dos europeus são favoráveis e 36% contra (7% dizem que não sabem). Sem surpresa, os britânicos são os menos entusiastas, enquanto a aprovação dos portugueses (62%) é superior à média europeia. Na Grécia, a percentagem de apoiantes do projecto do Euro ascende a 69%.