Notícia
Embarcação com 381 migrantes naufraga no Mar Mediterrâneo
Embarcação que transportava 381 migrantes naufragou esta quinta-feira no Mar Mediterrâneo. Contrariamente ao naufrágio de ontem, que resultou em pelo menos 25 mortes, o incidente desta manhã não provocou vítimas mortais.
Do naufrágio que ocorreu esta quinta-feira, 6 de Agosto, no Mar Mediterrâneo não resultou nenhuma morte. A Guarda Costeira italiana conseguiu resgatar com vida todos os 381 migrantes que viram a embarcação em que viajavam afundar numa zona já bastante próxima do canal da Sicília. Segundo o El País, a maioria dos migrantes, entre os quais 55 mulheres e 26 crianças, são provenientes da Síria, Bangladesh e de países da África Subsariana.
Este incidente com "final feliz" acaba por se afirmar como uma excepção entre os vários naufrágios cuja ocorrência se tem vindo a agudizar ao longo dos últimos meses. A Organização Internacional das Migrações (OIM) publicou na passada terça-feira um relatório que dava conta de que somente em 2015 já morreram mais de 2 mil migrantes na tentativa de atravessar o Mediterrâneo para chegar a solo europeu.
Ainda ontem, uma embarcação naufragou ao largo do mar líbio, e apesar de terem sido resgatados pelo menos 400 sobreviventes, morreram pelo menos 25 migrantes. De acordo com a organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras, o número de mortes deverá ter sido superior uma vez que se estima que a bordo da embarcação naufragada viajassem pelo menos 600 migrantes clandestinos.
Os sobreviventes do acidente da última quinta-feira terão sido transportados para a região da Calábria, dado que os centros de acolhimento da Sicília estão já sobrelotados.
O aumento verificado das tentativas de atravessar o "Mare Nostrum" não se deve somente ao agravar dos conflitos na Síria e na Líbia, ou das crises sociais na África Subsariana, mas também ao facto de as melhores condições climatéricas que se fazem sentir durante o Verão servirem de estímulo a que mais migrantes arrisquem a travessia.
Comissão Europeia sente "grande tristeza"
Ainda antes de ser noticiado o naufrágio desta manhã, ao início desta quinta-feira, a Comissão Europeia emitiu um comunicado onde revela uma "grande tristeza" pela tomada de conhecimento da tragédia de ontem.
No documento assinado em conjunto por Federica Mogherini, Alta Representante da UE para a Política Externa, Frans Timmermans, primeiro vice-presidente da Comissão, e Dimitris Avramopoulos, comissário para a Migração e Assuntos Domésticos, Bruxelas fez questão de "enaltecer a guarda costeira italiana, as unidades e embarcações Frontex operadas pelos Médicos Sem Fronteiras (…) pelos esforços incansáveis para salvar vidas, hoje e no passado".
No comunicado, a Comissão faz ainda referência aos esforços financeiros feitos até ao momento para enfrentar a crise migratória do Mediterrâneo ("triplicámos os recursos dedicados aos esforços de busca e resgate no mar"), que assegura já ter permitido "salvar mais de 50 mil pessoas desde 1 de Junho de 2015".
Todavia, na final do comunicado, Bruxelas reconhece que "não existe uma resposta simples e única aos desafios que a migração coloca", concluindo que nem a "Comissão Europeia ou qualquer Estado-Membro, [pode] fazer face eficazmente à migração". "Precisamos, claramente, de uma nova abordagem mais europeia", remata.
No início desta semana, a Frontex, agência europeia responsável pelo controlo das fronteiras exteriores, garantia dispor de apenas 12% dos recursos humanos necessários a fazer frente, de forma eficaz, ao problema colocado pelo agravar do afluxo migratório para solo europeu, designadamente através do Mediterrâneo. A Frontex criticava também a resposta insuficiente dada até ao momento pelos Estados-membros da UE.