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Calculadora: Quanto valem os seus direitos do BCP
O Negócios actualizou a calculadora do BCP. Além do número de acções que vai receber e do investimento que terá que realizar, agora também fica a saber o valor da sua carteira, qual o preço teórico dos direitos e outros valores relacionados com a operação.
Com o aumento de capital do BCP já no mercado, o Negócios actualizou a calculadora, para que possa simular o seu caso e ficar a saber como pode evoluir a sua carteira, tendo em conta as opções que tomar.
COMO FUNCIONA A CALCULADORA
Para simular o que acontece à sua carteira de acções do BCP, tem apenas que inserir o número de acções que detinha até ao fecho da sessão de 16 de Janeiro (altura a partir da qual as acções passam a negociar destacadas dos direitos).
Fica a saber quantos direitos vai receber, quantas novas acções pode subscrever, o investimento que terá que efectuar e o valor da sua carteira, tendo em conta a cotação das acções antes do ajuste.
Para quem não pretende ir ao aumento de capital e é accionista, fica a saber o preço teórico das acções após o ajuste, o valor teórico dos seus direitos e quanto pode encaixar com estes títulos.
Contudo, o valor dos direitos vai variar em bolsa tendo em conta a direcção das acções (ou vice-versa), pelo que a calculadora também permite saber qual o valor teórico dos direitos tento em conta a cotação ajustada das acções, bem como o valor teórico das acções tendo em conta a cotação dos direitos (começam a ser transaccionados em bolsa a partir de 19 de Janeiro).
10 PERGUNTAS E RESPOSTAS
Quais as datas da operação?
Depois do ajuste desta terça-feira no valor das acções, segue-se o período de subscrição e negociação dos direitos. Quem já for accionista e quiser ir ao aumento de capital terá de dar ordem para a subscrição das novas acções, entre 19 de Janeiro e 2 de Fevereiro. Quem não é accionista terá de comprar direitos em bolsa, entre 19 e 30 de Janeiro, e depois subscrever as novas acções. Quem não quiser acompanhar a operação terá de vender em bolsa os direitos, para não perder o seu valor.
O que tenho de fazer se quiser participar no aumento de capital?
Por cada acção detida (até ao fecho de 16 de Janeiro), os accionistas recebem um direito, que por sua vez garante a subscrição de 15 novas acções, mediante o pagamento de 9,4 cêntimos por cada uma. Por exemplo, um pequeno investidor que tenha 1.000 acções do BCP no fecho da sessão de ontem, irá receber mil direitos na sua carteira. Para participar no aumento de capital, terá de exercer os direitos, através dos quais ficará com mais 15 mil acções do BCP. Neste exercício de direitos irá investir 1.410 euros. Passará a ter 16 mil acções do BCP.
Não sou accionista. Posso comprar?
Apesar do aumento de capital ser reservado a accionistas, caso não tenha acções ainda vai a tempo de participar na operação. A compra das acções já não dá acesso, uma vez que estas passaram a negociar a partir desta terça-feira destacadas dos direitos. Assim, para participar no aumento de capital terá que comprar em bolsa os direitos de subscrição, que terá depois de exercer. Cada direito permite a compra de 15 novas acções, mediante o pagamento de 9,4 cêntimos por cada uma.
E se não quiser participar no aumento de capital?
Se é accionista do BCP (com acções em carteira até ao fecho da sessão desta segunda-feira, 16 de Janeiro) e não pretende investir no banco através do aumento de capital, resta-lhe agora apenas uma opção. Vender os direitos em bolsa (entre 19 e 30 de Janeiro). Lembre-se que se não quiser participar no aumento de capital, terá de vender os direitos, sob pena de perder em definitivo o seu valor.
Tendo em conta a cotação de fecho das acções a 16 de Janeiro, os direitos têm um valor teórico de 66,48 cêntimos (abaixo do valor teórico de 88,8 cêntimos tendo em conta a cotação das acções no dia do anuncio do aumento de capital: 1,0412 euros). O valor real dos direitos só será conhecido quando estes forem cotados em bolsa. Ao valor já ajustado das acções corresponde um valor teórico dos direitos, sendo que quando as acções e os direitos negociarem em simultâneo da bolsa, tenderão a estar correlacionados (em equilíbrio). Para o calcular basta multiplicar por 15 a diferença entre a cotação das acções e o preço de subscrição de 9,4 cêntimos. A partir da cotação dos direitos também é possível encontrar o valor teórico das acções. Basta dividir a cotação do direito por 15 e adicionar o preço de subscrição de 9,4 cêntimos.
Sou accionista. Vou perder dinheiro no aumento de capital?
Só por si, uma operação de aumento de capital através de uma oferta pública de subscrição não representa perdas para quem detém as acções. Os accionistas recebem direitos de subscrição de novas acções, que são destacados do valor da acção. Em termos técnicos, à cotação das acções no final da sessão de 16 de Janeiro (80,31 cêntimos) corresponde a soma da do valor teórico da acção pós aumento de capital (13,83 cêntimos) com o valor teórico do direito (66,48 cêntimos). As perdas ou ganhos são ditados pela variação dos títulos (as acções e os direitos) em bolsa. Desde o anúncio do aumento de capital até ao destaque dos direitos as acções desvalorizaram 23%. Mas as contas finais se perde ou ganha dinheiro com o aumento de capital só de podem fazer depois de concluída a operação e dependerá da opção que tomar: participar na operação exercendo os direitos, ou vendendo estes títulos quando forem negociados em bolsa.
Como se calcula o preço teórico das acções após o aumento de capital?
Para chegar ao valor teórico das acções pós aumento de capital (theoretical ex-rights price, ou TERP), é preciso somar a capitalização bolsista (758,6 milhões de euros, a preços de 16 de Janeiro) ao valor do encaixe com o aumento de capital (1,33 mil milhões de euros) e dividir pelo número total das acções após a conclusão da operação (15.113.989.952). Tendo em conta a cotação de fecho do dia do anúncio do aumento de capital, o TERP é de 15,32 cêntimos. Tendo em conta a cotação de fecho de 16 de Janeiro (80,31 cêntimos), o preço teórico já baixa para 13,83 cêntimos.
Que comissões são cobradas pelas corretoras?
Como em qualquer operação de bolsa, também nos aumentos de capital os investidores terão de suportar custos. A ordem de compra das novas acções tem de ser dada através de um intermediário financeiro, seja um banco ou corretora, que cobra comissões pela operação. O mesmo acontece com as ordens de compra ou venda dos direitos de subscrição ao aumento de capital. Para quem já tem conta de títulos numa determinada instituição poderá fazer sentido dar a ordem através da mesma. Os bancos e corretoras online tendem a cobrar custos mais baixos. O site da CMVM tem um simulador onde é possível comparar os encargos.
Como são negociados os direitos?
Os accionistas do BCP que detenham acções até ao dia anterior ao destaque dos direitos de subscrição, data que será indicada no prospecto, recebem estes mesmos direitos. Por cada acção detida irão receber 15 direitos de subscrição, conforme estipulado nas condições da operação. Estes títulos poderão ser vendidos ou comprados no mercado, tal como as acções, através dos intermediários financeiros. Os direitos serão admitidos à negociação (entre 19 e 30 de Janeiro) e terão uma cotação, tal como acontece com as acções.
O aumento de capital está garantido?
O BCP já garantiu o encaixe de 1.332 milhões de euros, uma vez que a Fosun já se comprometeu a subscrever 31% do aumento de capital, numa operação onde irá investir um máximo de 531 milhões de euros. Além disso, a operação foi alvo de tomada firme por um consórcio de bancos internacionais, composto pelo JP Morgan, Goldman Sachs, Bank of America Merril Lynch, Crédit Suisse e Mediobanca. Estas instituições acordaram efectuar uma declaração antecipada de subscrição, com sujeição a certas condições, de todas as acções eventualmente sobrantes na oferta pública de subscrição.
Este aumento de capital será o último?
Desde 2011 o BCP já anunciou quatro operações de aumento de capital dirigidas aos accionistas, através das quais já levantou 4,3 mil milhões de euros. Os aumentos de capital servem para reforçar os rácios de capital do banco e têm dois objectivos centrais: cumprir as metas de solidez definidas pelos reguladores (o BCE e o Banco de Portugal) e criar folga no balanço para expandir a actividade. No caso do BCP, e de outros bancos portugueses, elas foram realizadas com mais frequência nos últimos anos, devido à necessidade de cobrir o elevado volume de imparidades no crédito e fazer face às crescentes exigências regulatórias. Sendo uma operação inerente à própria natureza da actividade bancária, este não será o último aumento de capital do BCP. A incógnita é mesmo quando será necessário um novo, se no médio ou longo prazo?