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Acções do BCP disparam após ajuste e já ganham desde anúncio do aumento de capital
Depois da forte queda de segunda-feira, as acções do BCP estão a recuperar valor no dia em que passam a negociar sem os direitos incorporados.
As acções do Banco Comercial Português estão a negociar em forte alta na sessão desta terça-feira. Negoceiam nos 15,56 cêntimos, o que corresponde a uma subida de 12,49% face à cotação ajustada de ontem.
Os títulos do banco já estiveram a disparar 22,54% para 16,95 cêntimos neste início de sessão em Lisboa e continuam a negociar acima do valor teórico do dia em que o aumento de capital foi anunciado, há mais de uma semana.
Na segunda-feira, 16 de Janeiro, os títulos fecharam a sessão nos 80,31 cêntimos, a que corresponde uma cotação ajustada de 13,83 cêntimos, para reflectir o facto de as acções adquiridas a partir de hoje já não conferirem o direito a participar no aumento de capital. Em contrapartida pelo ajuste da cotação, por cada acção os accionistas recebem um direito, que permite depois a subscrição de 15 novas acções, mediante o pagamento de 9,4 cêntimos por cada uma.
Tendo com conta a cotação ajustada das acções do final do dia de ontem, os direitos têm um valor teórico de 66,48 cêntimos. Este valor resulta da diferença entre a cotação de fecho de segunda-feira e o seu respectivo valor ajustado.
Tendo em conta a cotação de hoje (15,56 cêntimos), os direitos já tem um valor teórico de 92,4 cêntimos.
O aumento de capital do BCP foi anunciado na segunda-feira da semana passada, dia em que as acções fecharam a valer 1,0412 euros. Cotação que apontava para um valor teórico das acções pós aumento de capital de 15,32 cêntimos e dos direitos de 88,8 cêntimos.
As acções estão já 1,6% acima do dia em que foi anunciado o aumento de capital (9 d Janeiro). Tendo em conta o máximo de hoje (16,95 cêntimos), a valorização é de 10,6%.
Esta forte recuperação é justificada pelo facto de as acções deixarem de estar pressionadas pela pressão vendedora exercida pelos accionistas que não queriam participar na operação. Esta pressão explica as fortes quedas dos últimos dias, que agora se inverte já que as acções estão "livres" dos direitos.
Os direitos de subscrição do aumento de capital começam a ser transaccionados a partir de quinta-feira, 19 de Janeiro, o que poderá também condicionar fortemente as acções. Em alta se existir uma pressão compradora nestes títulos ou em baixa se a pressão vendedora for mais forte.
A Fosun vai ter que comprar direitos para reforçar a sua posição no BCP até 30%, mas em sentido contrário os accionistas do BCP que não pretendem acompanhar o aumento de capital têm de vender os direitos em bolsa. Os analistas têm alertado que as próximas sessões do BCP devem continuar a ser marcadas pela forte volatilidade.
A contribuir para a tendência positiva das acções estará também os comentários positivos das agências de "rating" ao aumento de capital. Ontem, já depois do fecho da sessão, a agência de notação financeira Standard & Poor’s considerou que a dívida do BCP tem características especulativas mas elogiou o aumento de capital e as suas consequências, tendo por isso colocado o "rating" em revisão com "implicações positivas".
Antes a Moody’s tinha considerado o aumento de capital positivo para o BCP, mas levantou dúvidas sobre a concretização do plano estratégico para 2018.
Os accionistas que pretendem subscrever o aumento de capital devem exercer os direitos. Os que não pretendem acompanhar, devem dar ordem de venda dos direitos, pois caso não o faço perdem grande parte do investimento no BCP. É que os direitos deixam de ter valor em definitivo assim que deixarem de negociar em bolsa.
Aqui tem um guia para o aumento de capital e aqui pode consultar uma calculadora para simular a sua carteira.
(Notícia actualizada às 10:50 com actualização das cotações e mais informação)