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S&P coloca "rating" do BCP em revisão para possível subida

A agência de notação financeira considera que a dívida do BCP tem características especulativas mas elogia o aumento de capital e as suas consequências. Por isso, coloca em revisão com "implicações positivas".

16 de Janeiro de 2017 às 16:57
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A conclusão do aumento de capital de 1,33 mil milhões de euros do Banco Comercial Português pode ter implicações positivas na classificação de risco atribuída pela Standard & Poor’s.

 

"Colocámos o Millennium BCP em CreditWatch depois de anunciado o aumento de capital de 1,33 mil milhões. Se for bem-sucedido, consideramos que poderá melhorar a capacidade creditícia do banco", assinala a nota emitida pela S&P esta segunda-feira, 16 de Janeiro.

 

Neste momento, o "rating" de longo prazo da dívida do banco presidido por Nuno Amado é de "B+", que segundo a escala oficial tem características especulativas. Ao colocar em CreditWatch com "implicações positivas", a agência norte-americana assinala que há um evento que poderá contribuir para a subida do "rating". O evento é o aumento de capital que se inicia esta terça-feira.

 

Segundo o comunicado da S&P, com uma concretização bem-sucedida da operação, ficará definido que os accionistas apoiam o plano estratégico da gestão de Nuno Amado (cujas metas a outra agência Moody’s considera "desafiantes"), e que a flexibilidade financeira do banco melhora, permitindo o pagamento de dividendos. O banco já revelou que a intenção é pagar dividendos sobre os resultados de 2018.

 

Em relação ao facto de a Fosun poder vir a subir 30%, como se propõe, não há implicações para o "rating" da dívida da instituição financeira.

 

Caso o aumento de capital não se concretize, indica a S&P, o "rating" será afirmado no nível actual, ainda que a perspectiva sobre a capacidade de o BCP melhorar a confiança dos credores e dos investidores deteriore-se.

 

Sector bancário português perde perspectiva positiva

 

Embora lance a consideração positiva sobre o BCP, a agência norte-americana considera que o sistema bancário português ainda tem desafios pela frente. Aliás, o risco da indústria passa para estável em vez de positivo, devido à dificuldade de uma melhoria da rentabilidade e eficiência.

 

Até porque, alerta a S&P, tudo ainda está em mudança: o BCP ainda não iniciou o aumento de capital; o BPI aguarda o registo da compra do CaixaBank junto do regulador; a nova gestão da CGD liderada por Paulo Macedo ainda não está em funções; o Novo Banco continua sem ser vendido.

 

Haitong desce

 

Uma outra instituição de que a S&P fala na nota desta segunda-feira é o Haitong Bank, o antigo BESI. A perspectiva sobre o banco que em Dezembro deixou de ter José Maria Ricciardi como presidente executivo deixou de ser "positiva" e é, agora, "estável". Uma decisão que tem que ver com o momento da indústria mas não só.

 

"Consideramos que o progresso do Haitong Bank na reformulação do seu modelo de negócios e o regresso à rentabilidade podem demorar mais tempo do que o previsto para se materializar", assinala a nota. A entidade tem um "rating" de "BBB", o último nível em que o investimento é aconselhado sem reservas.


(Notícia actualizada às 17:25 com mais informações)
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