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BCP dispara 16% no primeiro dia sem direitos

As acções do BCP recuperaram o terreno perdido nas últimas sessões e já estão a negociar acima da cotação teórica do dia do anúncio do aumento de capital.

Bruno Simão/Negócios
17 de Janeiro de 2017 às 16:47
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No primeiro dia em que negociaram destacadas dos direitos de subscrição do aumento de capital, as acções do BCP registaram uma forte valorização.

Fecharam o dia a subir 15,67% para 16 cêntimos, o que já se situa acima do valor teórico do fecho da sessão de 9 de Janeiro, dia em que foi anunciado o aumento de capital de 1,33 mil milhões de euros.

Pouco depois do arranque da sessão de hoje as acções chegaram a subir 22,54% para 16,95 cêntimos.  

Na sessão anterior, 16 de Janeiro, os títulos fecharam a sessão nos 80,31 cêntimos, a que corresponde uma cotação ajustada de 13,83 cêntimos, para reflectir o facto de as acções adquiridas a partir de hoje já não conferirem o direito a participar no aumento de capital. Em contrapartida pelo ajuste da cotação, por cada acção os accionistas recebem um direito, que permite depois a subscrição de 15 novas acções, mediante o pagamento de 9,4 cêntimos por cada uma.

Tendo com conta a cotação ajustada das acções do final do dia de ontem, os direitos têm um valor teórico de 66,48 cêntimos. Este valor resulta da diferença entre a cotação de fecho de segunda-feira e o seu respectivo valor ajustado. Tendo em conta a cotação de hoje (16 cêntimos), os direitos já tem um valor teórico de 99 cêntimos.  

O aumento de capital do BCP foi anunciado na segunda-feira da semana passada, dia em que as acções fecharam a valer 1,0412 euros. Cotação que apontava para um valor teórico das acções pós aumento de capital de 15,32 cêntimos e dos direitos de 88,8 cêntimos.

Negociação dos direitos arranca quinta-feira


Datas do aumento de capital do BCP
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Já se conhecem as datas para o aumento de capital do BCP. Saiba quando ajustam as acções, quando começam a negociar os direitos e quando se estreiam as novas acções.

Esta forte recuperação é justificada pelo facto de as acções deixarem de estar pressionadas pela pressão vendedora exercida pelos accionistas que não queriam participar na operação. Como as acções já estão "livres" dos direitos, este factor de pressão negativa desapareceu.

Mas há outros que podem aumentar a volatilidade nas acções do BCP.

Os direitos de subscrição do aumento de capital começam a ser transaccionados a partir de quinta-feira, 19 de Janeiro. As acções podem ser pressionadas em alta se existir uma pressão compradora nestes títulos ou em baixa se a pressão vendedora for mais forte.  

A Fosun vai ter que comprar direitos para reforçar a sua posição no BCP até 30%, mas em sentido contrário os accionistas do BCP que não pretendem acompanhar o aumento de capital têm de vender os direitos em bolsa. Os analistas têm alertado que as próximas sessões do BCP devem continuar a ser marcadas pela forte volatilidade.

Agências de "rating" ajudam

A contribuir para a tendência positiva das acções estarão também os comentários positivos das agências de "rating" ao aumento de capital. Ontem, já depois do fecho da sessão, a agência de notação financeira Standard & Poor’s considerou que a dívida do BCP tem características especulativas mas elogiou o aumento de capital e as suas consequências, tendo por isso colocado o "rating" em revisão com "implicações positivas". 

Antes a Moody’s tinha considerado o aumento de capital positivo para o BCP, mas levantou dúvidas sobre a concretização do plano estratégico para 2018.

Os accionistas que pretendem subscrever o aumento de capital devem exercer os direitos. Os que não pretendem acompanhar, devem dar ordem de venda dos direitos, pois caso não o faço perdem grande parte do investimento no BCP. É que os direitos deixam de ter valor em definitivo assim que deixarem de negociar em bolsa. 

Aqui tem um guia para o aumento de capital e aqui pode consultar uma calculadora para simular a sua carteira.

 

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