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Accionistas do BCP já ganham desde anúncio de aumento de capital

No primeiro dia em que negociaram após o ajuste para reflectir o aumento de capital, as acções do BCP dispararam mais de 15%. Estão já acima do preço teórico do dia em que foi anunciada a operação.

Bruno Simão
Nuno Carregueiro nc@negocios.pt 17 de Janeiro de 2017 às 20:46
No final da sessão de 9 de Janeiro cada acção do BCP cotava nos 1,0412 euros. Nessa tarde, a administração do maior banco privado português anunciou um aumento de capital de 1,33 mil milhões de euros, com cada acção a ser vendida a 9,4 cêntimos. À cotação de fecho desse dia correspondia um valor teórico pós aumento de capital de 15,32 cêntimos.

Os dias seguintes foram de forte pressão para os títulos, que atingiram novos mínimos. Esta terça-feira, no primeiro dia em que negociaram destacadas dos direitos de subscrição do aumento de capital, a cotação foi alvo de um ajuste técnico. Iniciaram o dia com um valor teórico de 13,83 cêntimos (face à cotação da véspera de 80,31 cêntimos). E registaram uma forte recuperação, que levou as acções a disparar 15,67% para 16 cêntimos.

Contas feitas, os accionistas estão a ganhar tendo em conta que a sua carteira é composta por acções e direito. Um exemplo prático ajuda a ilustrar a evolução. Um accionista com 10 mil acções do BCP a 9 de Janeiro, tinha a sua carteira avaliada em 10.412 euros. Se manteve os títulos, continua com as 10 mil acções, que agora estão avaliadas em 1.600 euros. Em contrapartida pelo ajuste da cotação, tem também em carteira 10 mil direitos de subscrição, que têm nesta altura um valor teórico de 9.900 euros (99 cêntimos cada um). Assim, uma carteira com 10 mil acções vale nesta altura 11.500 euros, o que traduz um ganho potencial de mais de mil euros face a 9 de Janeiro.

Um desempenho que se deve ao facto de os direitos terem actualmente um forte peso na carteira do investidor e estes titulos beneficiarem de uma forma mais acentuada com a subida de hoje. Tendo em conta apenas as acções, continuam abaixo da cotação ajustada de 9 de Janeiro, que foi hoje ajustada para 17,93 cêntimos.

Direitos podem pressionar

Mas o aumento de capital está apenas a arrancar e é cedo para fazer as contas ao impacto do aumento de capital, algo só possível de fazer depois de serem admitidas ao mercado as novas acções que vão ser emitidas nesta operação. Além disso, os cálculos acima referidos têm em conta o valor teórico dos direitos e só a partir de quinta-feira é que estes títulos vão começar a ser transaccionados em bolsa.

O arranque da negociação pode vir a pressionar as acções em baixa, caso sejam muitos os accionistas do BCP que tenham os títulos em carteira e não pretendam acompanhar o aumento de capital. Para isso terão que os vender em bolsa, o que tenderá a penalizar a cotação.

Há contudo um factor que poderá impulsionar a cotação dos direitos. É que a Fosun, que tem 16,7% do BCP, assumiu o compromisso de reforçar para 30% na operação e para isso terá que ir ao mercado comprar direitos. Perante estas pressões, o mais certo é que a volatilidade continue a dominar a negociação.

Para simular a evolução da sua carteira, use a calculadora do Negócios:



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