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Mais de metade dos pequenos accionistas vai ao aumento de capital do BCP

Muitos accionistas esperaram pelo último dia para vender os direitos, o que pressionou a cotação destes títulos e das acções. Ainda assim confirma-se a forte adesão dos pequenos accionistas no aumento de capital.

Miguel Baltazar/Negócios
Nuno Carregueiro nc@negocios.pt 31 de Janeiro de 2017 às 07:00

Os direitos de subscrição do aumento de capital do BCP despediram-se da bolsa portuguesa em forte queda na sessão em que registaram a liquidez mais forte. Um sinal que muitos accionistas do banco esperaram pelo último dia de negociação destes títulos para os venderem em bolsa, para não terem que os exercer e assim participar no aumento de capital.

Apesar da forte pressão vendedora na sessão de segunda-feira (os direitos afundaram 20,98% para 58 cêntimos, arrastando as acções para uma queda de 4,63% para 14,62 cêntimos), os números finais da negociação dos direitos mostram que a adesão dos accionistas ao aumento de capital é forte.

Dos mais de 900 milhões de direitos que foram distribuídos aos accionistas, nas oito sessões de negociação bolsista foram transaccionados menos de 300 milhões. Ou seja, pelo menos dois terços dos accionistas do banco liderada por Nuno Amado vão participar no reforço de capital de 1,33 mil milhões de euros.

Retirando desta análise os maiores accionistas (Fosun, Sonangol e EDP deverão subscrever pelo menos a sua parte), os direitos negociados representam cerca de 49% dos títulos na posse dos accionistas com participações abaixo de 2%.

Ou seja, assumindo que todos os pequenos accionistas vão exercer os direitos que receberam (não o fazer implicaria a perda do valor destes títulos) e que as transacções fora de bolsa não foram significativas, conclui-se que mais de metade dos pequenos accionistas vão aumentar o investimento no BCP ao exercer as novas acções. Um número que até pode pecar por defeito (muitos direitos terão rodado mais do que uma vez na bolsa) e que não deixa de surpreender, dado o histórico do BCP em bolsa (três anos consecutivos de perdas acentuadas em bolsa) e os resultados negativos do último aumento de capital do banco.


Forte desequilíbrio

Além da elevada volatilidade (em oito sessões os direitos oscilaram entre 56,5 cêntimos e 92,5 cêntimos), o forte desequilíbrio entre a cotação das acções e dos direitos foi outra das notas dominantes na negociação do BCP em bolsa nas últimas sessões. Os direitos negociaram pela última vez a 58 cêntimos, a que corresponde um preço de equilíbrio das acções de 13,27 cêntimos, 9,2% abaixo da cotação de fecho das acções. Estas fecharam a valer 14,62 cêntimos, a que corresponde um valor de equilíbrio dos direitos de 78,3 cêntimos, ou seja, 35% acima da cotação de fecho destes títulos.

 

Tendo em conta que tem sido os direitos a pressionar fortemente as acções, será expectável que as acções tenham margem para recuperar a partir desta terça-feira, já que os direitos deixam de transaccionar a partir desta terça-feira. 

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