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Direitos do BCP despedem-se de bolsa com queda de 21%

A forte pressão vendedora por parte dos accionistas que não pretendem participar no aumento de capital atirou os direitos para uma queda superior a 20% no último dia em que estes títulos negociaram em bolsa.

30 de Janeiro de 2017 às 16:52
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O último dia de negociação dos direitos de subscrição do aumento de capital do BCP ficou marcado por uma forte queda, em linha com o comportamento destes títulos desde que começaram a ser transaccionados em bolsa.

 

Os direitos fecharam a sessão a cair 20,98% para 58 cêntimos, uma queda acentuada que pressionou a cotação das acções: caíram 4,63% para 14,62 cêntimos.

 

A tendência negativa e a forte volatilidade foram as notas dominantes nas oito sessões em que os direitos negociaram em bolsa. Apesar dos altos e baixos, os direitos terminaram bem perto da cotação de abertura da primeira sessão, de 19 de Janeiro (61 cêntimos). Nas oito sessões em que negociaram oscilaram entre 56,5 cêntimos (no primeiro dia de negociação, a 19 de Janeiro) e 92,5 cêntimos (23 de Janeiro).

 

A última sessão fica marcada por uma forte liquidez, tendo sido transaccionados mais de 60 milhões de títulos (o volume mais elevado desde o arranque). Foram assim muitos os accionistas que venderam hoje os direitos de subscrição, na última sessão disponível para tal, uma vez que não pretendem participar no aumento de capital.

 

Ainda assim, o volume de direitos negociado mostra que são muitos os accionistas do BCP que vão participar no aumento de capital. Nas oito sessões foram transaccionados 297 milhões de direitos, o que corresponde a 31% dos que foram distribuídos aos accionistas. Ou seja, mais de dois terços dos accionistas deverão subscrever novas acções no aumento de capital.

 

Retirando destas contas os accionistas com participação qualificada (Fosun, Sonangol e EDP), os direitos transaccionados equivalem a 49% do total, pelo que se pode concluir que mais de metade dos pequenos accionistas respondeu sim ao aumento de capital aprovado pela equipa de gestão de Nuno Amado. 

Forte desequilíbrio entre direitos e acções

 

Outra nota dominante da negociação dos direitos foi o forte desequilíbrio entre estes títulos e as acções, com os direitos a transaccionarem sempre mais "baratos" do que as acções. Uma situação que se verificou até à última sessão.

 

À cotação de fecho dos direitos (58 cêntimos) corresponde um preço de equilíbrio das acções de 13,27 cêntimos, 9,2% abaixo da cotação de fecho das acções. Estas fecharam a valer 14,62 cêntimos, a que corresponde um valor de equilíbrio dos direitos de 78,3 cêntimos, ou seja, 35% acima da cotação de fecho destes títulos.

 

Tendo em conta que tem sido os direitos a pressionar fortemente as acções, será expectável que as acções tenham margem para recuperar a partir desta terça-feira, já que os direitos deixam de transaccionar a partir desta terça-feira.


Quanto às restantes datas do aumento de capital, o período de exercício dos direitos para subscrever as novas acções termina a 2 de Fevereiro e as novas acções devem ser admitidas à negociação a 9 de Fevereiro.




(notícia actualizada às 17:45 com mais informação)

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