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BCE avança com quinto corte de juros. Taxa de referência cai para 2,75%
Os governadores decidiram esta quinta-feira cumprir a expectativa dos mercados. Sobre o futuro, reafirmam que vão seguir uma "abordagem dependente dos dados" e reunião a reunião para decidir novas mexidas.
O Banco Central Europeu (BCE) avançou com o quinto corte nas taxas de juro de referência em sete meses. A decisão de reduzir as taxas em 25 pontos base (colocando o total desde junho de 2024 em 125 pontos base) foi anunciada esta quinta-feira após a reunião de política monetária da autoridade do bloco e segue em linha com a expectativa do mercado, depois de a inflação média anual na Zona Euro ter ficado em 2,4%.
"O processo desinflacionista está bem encaminhado. A inflação continuou a evoluir globalmente em consonância com as projeções dos especialistas do Eurosistema e deverá regressar ao objetivo de médio prazo de 2% do Conselho do BCE no decurso deste ano", diz o BCE em comunicado. "A maioria das medidas da inflação subjacente sugere que a inflação estabilizará, numa base sustentada, em torno do objetivo", refere, alertando, contudo, que a inflação interna permanece elevada, sobretudo porque os salários e os preços em determinados setores ainda estão a ajustar-se.
Assim, o conselho decidiu reduzir as três taxas de juro diretoras do BCE em 25 pontos base, com efeitos a partir de 5 de fevereiro. A principal taxa, a aplicável aos depósitos, cai para 2,75%, enquanto as taxas de juro aplicáveis às operações principais de refinanciamento e à facilidade permanente de cedência de liquidez serão reduzidas para, respetivamente, 2,9% e 3,15%.
Sobre o futuro, o banco central liderado por Christine Lagarde diz apenas que está "determinado" a assegurar que a inflação estabilize, de forma sustentada, no seu objetivo de médio prazo de 2%. E reafirma que seguirá uma "abordagem dependente dos dados" e reunião a reunião para decidir a orientação apropriada da política monetária.
"As recentes reduções das taxas de juro decididas pelo Conselho do BCE estão a tornar gradualmente a contração de novos empréstimos menos onerosa para as empresas e as famílias. Ao mesmo tempo, as condições de financiamento mantêm-se restritivas, também porque a política monetária continua a ser restritiva e os passados aumentos das taxas de juro ainda estão a ser transmitidos ao stock de crédito, com alguns empréstimos vincendos a ser renovados a taxas mais elevadas", indica o BCE.
A par das mudanças nas taxas de juro, o BCE está igualmente a avançar com mudanças aos programas de compra de dívida e às operações de financiamento aos bancos. No primeiro caso, tanto as compras líquidas como os reinvestimentos já terminaram, pelo que as carteiras do programa de compra de ativos regular (APP) e do programa de compra de ativos devido a emergência pandémica (PEPP) estão a "diminuir a um ritmo comedido e previsível" à medida que os títulos atingem as maturidades.
No segundo, a 18 de dezembro de 2024, os bancos reembolsaram os montantes remanescentes dos empréstimos obtidos no contexto das operações de refinanciamento de prazo alargado direcionadas, "concluindo, assim, esta parte do processo de normalização do balanço", acrescenta.
(Notícia atualizada às 13:30)